As prefeituras comunitárias de Ceilândia deveriam ser a voz da população da comunidade, pois representam os setores e quadras da cidade, levando problemas e trazendo soluções. Ao todo, são oito prefeituras instituídas, porém nem todas com voto direto ou eleitorado suficiente para legitimar um cargo de liderança. Guariroba, Setor O, QNQ, Condomínio Sol Nascente, Condomínio Por do Sol, Expansão do Setor O, P Norte e P Sul são os locais que já têm representantes comunitários atuando, segundo o prefeito Fernando Rosa, do P Sul. "Acredito que o P Sul seja o mais politizado, tivemos um número muito expressivo de votantes, mesmo não sendo obrigatória a participação. A comunidade reconhece nosso trabalho", disse ele. No entanto, parte da população não sente ainda os resultados divulgados pela prefeitura.
"Eu não sei exatamente onde eles atuam. Na época da eleição, vemos todos os candidatos, todas as chapas prometendo. Como em qualquer outro tipo de campanha política. Mas resultado mesmo, não conheço nenhum", afirma Mariluce Caetano, moradora do P Sul. Já a prefeitura, relata que obras foram feitas, mas a população desconhece o trabalho. "As quadras de esporte das QNPs 24, 34 e 20 foram feitos da prefeitura. E também a pista de skate e playground infantil na QNP 20, além do estacionamento do Centro de Ensino n° 6. Só que nem todos sabem que essas realizações tiveram influência nossa. Isso porque atuamos junto a Administração e ao GDF", explica Fernando.
"A função da nossa, como das outras prefeituras, é buscar a integração. Trabalhamos na comunidade pelo bem da comunidade, quem está na prefeitura não busca ganhos pessoais. Prova disso é que ninguém que trabalha aqui recebe salário, ou qualquer outro tipo de remuneração financeira", declara Maria José, uma vereadora do P Sul. A mesma afirmação é feita por pelo prefeito Rosa "Os custos da própria prefeitura são quitados do nosso bolso, dividimos as despesas entre quem trabalha aqui. E além disso, temos nosso próprios empregos. Temos funcionários em todos os ramos. Vereadores que são cabeleireiros, vendedores de rua. Basta ter espírito cidadão" conclui. "A função desses vereadores se assemelha a das câmaras municipais, regulando e auxiliando o trabalho do prefeito, com propostas e decisões", completa a vereadora.
Porém, os investimentos em campanha têm apoio de outros políticos. "As chapas são quase sempre apoiadas por políticos que querem ter representação nas comunidades, principalmente o P Sul, por ser muito politizado. E políticos de vários gabaritos apóiam seus candidatos aqui, de deputados distritais a senadores", fala Maria José. "Leonardo Prudente, o deputado federal Bispo Rodovalho, o senador Ademir Santana, são alguns dos que mantêm suas atividades no P Sul, buscando fortalecer suas bases políticas", comenta o prefeito.
As prefeituras comunitárias ainda não possuem uma uniformidade nem suas estruturas e maneira de atuação, mas todas estão sendo baseadas no modelo da prefeitura do P Sul, segundo o vice-presidente da Comissão Eleitoral do P Sul, Alcione Pimentel. "Somos diretamente ligados ao TRE, que nos auxilia na imparcialidade e legalidade do processo.
Nas últimas eleições disponibilizaram as antiga urnas de cédula de papel, e também a lista de eleitores. Só vota quem tem título e documento com foto." Em outras eleições aqui na cidade, problemas com fraude ocorreram, com eleitores votando muitas vezes. "Mas, seguindo esse procedimento, não há erro", descreve ele.
Fonte: Tribuna do Brasil
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