quarta-feira, 30 de abril de 2008

Vias perigosas

As estatísticas são chocantes. Só nos últimos 15 dias, os acidentes de trânsito provocaram 14 mortes. Até fevereiro, o Detran já tinha registrado 65 mortos nas pistas do Distrito Federal. Em 2007, no mesmo período, tinham sido 42. Quem trabalha nas ruas diz que as cenas de horror viraram rotina.

“Todo dia são dois ou três que a gente vê no chão”, diz um rapaz.

“Está muito perigoso. O pedestre tem de prestar atenção”, fala outro rapaz.

Os números assustam. Em 2007, os acidentes no trânsito tiraram a vida de 422 pessoas. Foram 53 mortes a mais que no ano anterior. Um levantamento feito pelo Detran aponta os lugares mais perigosos da cidade.

Os números mais graves são da Avenida JK (Hélio Prates), que vai de Taguatinga à Ceilândia, onde mais de 30 pessoas morreram nos últimos quatro anos. Na Ceilândia, foram sete mortos nas colisões na Avenida Ulysses Guimarães (Elmo Serejo).

Em 2007, de acordo com Departamento de Estradas e Rodagem (DER), a EPTG ganhou o péssimo título de pista com mais mortes: foram 32. Os motoristas que passam pelo local convivem com os congestionamentos constantes e torcem para que as obras no lugar tragam melhorias.

“O congestionamento está insuportável”, reclama um motorista.

Outra pista que se transformou em sinônimo de problemas: a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia). Em 2007, foram 17 mortes em acidentes. O mais recente cartão postal da cidade também ficou marcado por graves acidentes. Nos últimos quatro anos foram registradas sete mortes.

E até lugares que ganharam fama pela tranquilidade, como o Guará, entram na lista de tragédias.
Na via de contorno foram sete mortes de 2005 até hoje.

Excesso de velocidade, imprudência, desrespeito à sinalização. Essas são as principais causas de acidentes de trânsito, de acordo com o Detran. Há ainda outra grave situação, que quase sempre acaba em tragédia: o uso de bebida alcoólica, que tira os reflexos do motorista e o senso de responsabilidade.

Em Taguatinga, onde se concentra algumas estradas mais perigosas da cidade, é preciso fazer campanhas educativas. O motorista tem de se conscientizar de que ele tem de respeitar o pedestre.

As obras da Via Epia serão entregues no final do ano. “Evidentemente colocaremos algumas passarelas a mais nessa via”, afirma o secretário de Transportes Alberto Fraga.

Em relação à Companhia Metropolitana, o secretário completa: "o Sindicato tem de entender que o governo não tem recursos para contratar alguém para trabalhar no trânsito com R$ 5.000 de salário inicial. O governo vai optar por um fiscal de nível médio que faz o mesmo trabalho. Não queremos abrir mão da qualidade do agente, mas essa é a realidade de Brasília".


Fonte: Rede Globo

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