terça-feira, 29 de abril de 2008

Mais feira



A feira do Rolo de Ceilândia Sul só mudou de lugar. Em setembro de 2007, o GDF transferiu aproximadamente 300 feirantes regulares da famosa Feira do Rolo de Ceilândia Sul para as dependências Feira do Setor "O", na Ceilândia Norte. A ação cumpriu o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado em março daquele ano, pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), pelo Ministério Público e pela Administração da cidade, que prometeu desativar da Feira. Mas juntos com os feirantes legais, os ilegais também se estalaram nas mediações que fica do lado de fora da feira do Setor "O".

Com os feirantes ilegais pode-se encontrar de tudo: Relógios, celulares, televisores, aparelhos de som e bicicleta por uma pechincha. Mas boa parte desses produtos é de origem duvidosa e a polêmica Feira do Rolo da Ceilândia Sul virou tradição pelo troca-troca e a revenda dessas mercadorias.

Quando funcionava em Ceilândia Sul, a Feira do Rolo era marcada pela sua imagem negativa como a violência, o trafico de drogas, vendas de armas, vendas de produtos ilegais, que assustavam as pessoas que moravam nas proximidades. A administração de Ceilândia anunciou que a feira deixou de existir, mas os comerciantes da Feira do Setor "O", que pagam uma taxa de R$ 40 para manutenção do espaço, denunciam que a Feira do Rolo apenas mudou de lugar. Mesmo próxima da delegacia de polícia, e com presença de policiais militares, aos domingos, a mesma prática que era praticada na Ceilândia Sul, está sendo praticado também na Feira do Setor "O".

Os feirantes legais reclamam da concorrência dos feirantes ilegais. "É uma concorrência desleal, se vendemos um produto aqui dentro por R$ 25, lá fora você pode encontrar o mesmo produto por R$ 5. Sem falar que nós pagamos impostos", diz um feirante que não quis se identificar.


Segundo a presidente da associação dos feirantes do Setor "O", Consuelo Ribeiro Costa, 59 anos, mesmo as constantes fiscalizações da administração da Ceilândia não é suficiente para conter a ação dos ambulantes irregulares. "Estamos estudando junto com a administração da cidade, a possibilidade de se colocar um alambrado nos arredores da feira, se é para ser uma feira tem que ser tudo organizado. Tem muita bagunça e muita coisa errada lá do lado de fora" explica.

Para os feirantes a bagunça é tanta que até na parada de ônibus que fica em frente à feira é possível encontrar pessoas vendendo produtos de origem irregular.
A administração da Ceilândia já sabe do problema e diz que intensifica a fiscalização no local aos domingos, mas não tem como as pessoas que vão até o local vender e trocar produtos. Segundo o administrador Adauri da Silva Gomes, só na última ação de fiscalização, a equipe apreendeu cerca de cinco caminhões de mercadoria. "Já teve domingo que apreendemos mais de 10 caminhões com mercadorias irregulares", explica.

Enquanto o alambrado não é instalado, os feirantes ilegais continuam tirando a clientela dos feirantes legais.



Vale ressaltar que a Feira do Rolo começou em Ceilândia Centro, em frente ao antigo Quarentão, depois passou para Ceilândia Norte, na Praça dos Eucaliptos, e seguiu para a QNM 15 em Ceilândia Sul.

No domingo (27/04/08) houve mais uma blitz na feira. Algumas pessoas reclaram que até quem passava em frente a feira teve os produtos recolhidos. Um pintor disse que os equipamentos que ele utilizava nos serviços foram confiscados.

Seria bom se houvesse este tipo de fiscalização em Ceilândia Centro, já que os vendedores ambulantes tomaram a área novamente...

Fonte: Tribuna do Brasil e DF no Ar de 28/04/08

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