terça-feira, 29 de abril de 2008

Falta apoio



O Campeonato Brasiliense de Futebol Feminino começou há duas semanas. A competição, ainda amadora em sua décima segunda edição, na teoria, não poderia ser melhor para o esporte do DF. Na prática, porém, está longe da perfeição. Na vitória do Bandeirante por 2 x 1 sobre o Planaltina, neste domingo, no Estádio Adonir Guimarães, o futebol ficou em segundo plano. Vários problemas, como a falta de apoio e organização, transpareceram e deixaram evidente o descaso com as nossas meninas.

O placar foi de 2 x 1, vitória do Bandeirante, agora líder do campeonato com duas vitórias em dois jogos e saldo de 11 gols, foi contruído com gols de Neném e Patrícia. Silvia descontou para as donas da casa.

Entre os vários problemas, o gramado alto do Adonir Guimarães era um obstáculo para a prática do futebol. Além disso, havia apenas uma bola com condições de jogo. As redes do Estádio, envelhecidas, precisam ser trocadas. As reclamações partiram dos dirigentes do futebol feminino no DF.

Vavá, diretor de futebol do Planaltina, revelou que apesar das muitas promessas, apenas uma bola foi dada a cada clube, cedida pela FBF. "Temos um custo de 400 reais por jogo, com arbitragem e o transporte das meninas. Mesmo com as dificuldades, acredito no futuro dessas meninas", ressalta.



O amadorismo também fica evidente no líder do campeonato. Diony Alexandro divide as funções de presidente, técnico e massagista do Bandeirante. "Só pelo fato de ver essas meninas longe das drogas, e do álcool, fico satisfeito", define o faz-tudo da equipe de futebol feminino do Núcleo Bandeirante.

Uma das sugestões de Diony é fazer uma parceria pública privada em prol da modalidade, a exemplo do que acontece no Rio de Janeiro, onde as jogadoras devidamente uniformizadas não pagam passagens de ônibus para ir aos jogos e treinamentos. "É só lado social que nos motiva. Falta muita coisa", alerta o cartola.

O campeonato é promovido pela FBF há 12 anos e o vice-presidente da entidade, Paulo Araújo, garante que existe estudos para a melhoria da categoria. Segundo ele, também falta apoio dos políticos da Capital Federal.

"Eles só podem agradecer à Federação. Nós organizamos a competição sem cobrar inscrição e nesses anos todos arcamos com a inadimplência dos times que não pagaram a taxa de arbitragem. Essa é a hora de cobrar as promessas de campanhas de muitos políticos eleitos", observa Paulinho.



Os exemplos de superação estão dentro de campo. Com ajuda de custo de apenas R$ 4 para comparecer aos jogos, Elma, jogadora do Planaltina, tem que levar os três filhos junto para as partidas do time. Ciente das dificuldades, ela se mantem otimista e manda um recado para as garotas que sonham em se aventurar no futebol de Brasília.

"Mesmo não realizando o meu sonho de ter sido uma profissional, o futebol sempre me deixou afastada dos vícios. Hoje, eu pratico para o meu bem estar. Da época que eu comecei, melhorou. Não desistam."


Fonte: Esporte Candango

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