terça-feira, 15 de abril de 2008

Reitores sairam, estudantes não

Mesmo com o afastamento do reitor Timothy Mulholland e do vice-reitor Edgar Mamya da Universidade de Brasília (Unb), os estudantes devem continuar as manifestações. Em assembléia realizada ontem, com a presença de 992 alunos, ficou decretado que os manifestantes vão continuar acampados na reitoria da universidade, completando 13 dias de ocupação. Eles argumentam que nada adianta afastar toda a mesa diretora do reitor, se não houver eleições paritárias para a decidir quem ocupa o maior posto da Unb.

No domingo, após a renúncia de Timothy, o ministro da Educação, Fernando Haddad, estipulou o prazo de até às 18 horas de hoje para que o Conselho Universitário (Consuni) apontasse um substituto temporário. Entre os nomes, Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal; senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-reitor da UnB; Antonio Ibañez Ruiz, também ex-reitor da universidade; Décio Garcia Muñoz, professor aposentado; e os professores Roberto Aguiar, Issac Roitnan, José Geraldo de Souza Júnior e Estevão Martins. A decisão sairá hoje, a partir das 14 horas. Além disso, será votada a democratização dos votos para três classes: estudantes, professores e servidores. Essa é agora a principal reclamação dos da comissão de estudantes.

Segundo o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Fábio Félix, além da saída do reitor, as eleições paritárias é um ponto fundamental. "Nós não queremos ficar na reitoria pelo resto da vida. Mas só sairemos quando atender nossas principais reivindicações", falou.

Atualmente, o voto dos professores na escolha do reitor tem um peso de 70%, dos servidores de 15% e dos estudantes, 15%. Os alunos exigem que o peso do voto seja igual para todos. A permanência dos alunos na reitoria não agradou a todos que participaram da eleição. "A principal exigência já foi atendida. Agora está fora da legalidade, já está exagerando", indignou-se Vera Lorena de Barros, estudante de Administração, 22 anos. Ela participou da assembléia dos estudantes e saiu abalada com a nova decisão de permanência.

Ontem, na reunião do Conselho Universitário, houve um começo de tumulto, já que foi liberada de última hora a entrada para assistir o encontro. A última que havia acontecido na sexta-feira gerou bastante confusão. A princípio, só haviam autorizado a participação da imprensa, mas, por falta de segurança, os alunos e curiosos não foram barrados. Segundo Félix, a decisão do conselho será decisiva para continuação da ocupação. "O que o Conselho determinar vai ser decisivo para nós". Por isso, está marcada para amanhã uma nova assembléia para discutir o futuro do movimento.


Fonte: Tribuna do Brasil

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