terça-feira, 15 de abril de 2008

Barulho

No centro da Ceilândia caminhões perturbam. Rodam pelo mesmo quarteirão a manhã inteira. Enquanto a equipe do Bom Dia DF estava na cidade, o mesmo caminhão passou várias vezes, com o som no último volume.

As bicicletas de som da Ceilândia são mais sofisticadas. Têm até vidro fumê. E como se não bastasse o som sobre rodas, as lojas também fazem algazarra.

“Essa barulheira toda incomoda muito. Não dá nem para conversar direito”, confessa a aposentada Rita Rodrigues. “É horrível. A gente já passa com a cabeça doendo. Não tem como suportar esse barulho”, acrescenta a dona-de-casa Pirani Barros.

Mas sabe que tem gente que nem se incomoda? “Não me incomoda porque eu venho e volto rapidinho. O barulho é bom. É melhor do que ficar mudo o tempo todo”, diz um morador da cidade.

Bom para quem não fica o dia inteiro no comércio, trabalhando. “À noite a cabeça dói um pouco, né?”, conta o vendedor Márcio Pacheco. “Não é o trabalho que estressa a gente. É o som alto”, revela o vendedor Gilvan Gonçalves.

A lei permite que o som em área comercial chegue a 60 decibéis. Mas no centro da Ceilândia a situação é totalmente diferente. Basta fazer a medição, com um aparelho adequado, para constatar que o som local passa dos limites.

O barulho alcança 109 decibéis. Quase o dobro do permitido. “Ninguém vem aqui fiscalizar, não”, reclama o radialista João Gomes Neto.

O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Gustavo Souto Maior, lembra que carros de som não podem circular por áreas residenciais, áreas com escolas, postos de saúde ou hospitais. “Nessas áreas esses veículos estão proibidos de circular. Só mesmo em áreas comerciais ou industriais e, mesmo assim, dentro dos padrões permitidos pela legislação”.



Quem quiser reclamar do barulho excessivo pode entrar em contato com a ouvidoria do Instituto Brasília Ambiental, instituição responsável pela fiscalização e emissão de multas. Anote o número: 0800 646 1516.


Fonte: Rede Globo

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