Mesmo sabendo que nadar sob efeito de bebidas alcoólicas pode ser fatal, dezenas de pessoas continuam morrendo afogadas no DF por esse motivo. Ontem, às 6h50, um homem se afogou após mergulhar na Barragem do Rio Descoberto, na BR-070, no sentido Águas Lindas (GO). Somente este ano, 15 pessoas perderam a vida em cachoeiras, rios e lagos que ficam no DF e Entorno.
O motorista da Secretaria de Saúde e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Luiz Gonzaga da Silva Neto, 38 anos, perdeu a vida após resolver nadar na barragem. Segundo testemunhas, ele passou a noite de domingo com amigos bebendo em um bar, em Ceilândia.
As testemunhas contaram que o motorista chegou ao local por volta das 5h de ontem. Como havia chovido forte naquela noite, o volume de água na barragem estava maior e a cachoeira caudalosa. Com a forte correnteza, Luiz foi levado para as pedras e seu corpo foi encontrado cerca de 300 depois do local de onde havia mergulhado.
A vítima estava na companhia de um amigo e de duas mulheres. "Todos falaram em depoimento que pediram para ele não entrar na água, mas o Luiz não escutou e resolveu nadar", explicou o delegado de plantão da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), Rogério Alves, que investiga o caso.
Logo após mergulhar, nenhuma das testemunhas voltou a ver á vítima. Seu corpo foi encontrado horas depois, preso em algumas pedras, por soldados do 2º Batalhão de Busca e Salvamento (BBS). O quartel que existe ao lado da barragem só começa a funcionar às 8h. Não havia ninguém na unidade quando ocorreu o afogamento.
Segundo o soldado José Siqueira, a entrada da barragem fica fechada enquanto não começa o plantão dos bombeiros. "Mesmo com a entrada fechada, os banhistas não respeitam e acabam entrando por trilhas abertas na floresta que cerca a barragem", explicou.
Em 19 anos trabalhando no quartel que fica ao lado barragem, o soldado já contabilizou cerca de 700 salvamentos. "Entre todas essas ocorrências, apenas seis resultaram em morte. Fazemos o possível para retirar o banhista com vida", disse o militar, acrescentando que, na maioria dos casos, as vítimas haviam engerido algum tipo de bebida alcoólica quando se afogaram.
Luiz Gonzaga nadava bem, segundo seu irmão, Francisco das Chagas. "Ainda não consegui entender bem o que aconteceu. Meu irmão deve ter bebido muito para não ter conseguido nadar até a margem da barragem", disse. Como o corpo foi levado pela correnteza e encontrado pelos bombeiros em um local de difícil acesso, não houve perícia no local do acidente. Apenas o corpo da vítima será periciado.
No último dia 23, a barragem também foi palco de outro afogamento fatal. Desta vez, a vítima foi o estudante Tiago Neves da Costa, 19 anos. No ano passado, foram contabilizadas 52 ocorrências de afogamento no DF. Desses, 12 ocorreram no Lago Paranoá.
Fonte: Jornal de Brasília
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