A rubéola é perigosa, principalmente para as mulheres. Mas não são apenas elas que devem tomar a vacina contra a doença. Os homens estão entre as maiores vítimas. Por isso, a Secretaria de Saúde alertou para importância da população masculina, de 10 a 39 anos, se imunizar.
Wellington Gonzaga é professor. Três alunos da escola onde trabalha pegaram o vírus. Ele foi até Centro de Saúde Nº 5, de Ceilândia, mas não conseguiu tomar a vacina. “Como sou doador, doei sangue e vim vacinar. Mas o funcionário disse que não estão vacinando homem. O servidor disse ainda que homens não precisam se vacinar e que só mulheres em idade fértil estão sendo imunizadas. Eu insisti, porque poderia contaminar alguém. Só que o funcionário falou que não tinha a vacina”, queixa-se.
O professor diz ainda que conversou com a administradora do posto e ela informou que poderia vaciná-lo, mas uma outra funcionária não concordou com a decisão. “Ela falou assim: ‘se der a vacina para ele, terá que vacinar a todos. E se isso acontecer, não terá vacina suficiente’”, conta Gonzaga.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica e de Imunização da Regional de Ceilândia, Kelly Cristine Melo, disse que não falta vacina contra rubéola para grupos considerados prioritários, como mulheres em idade fértil e homens até 39 anos. Ela acredita que houve uma falha de comunicação entre o paciente e o agente de saúde.
“A recusa do servidor em vacinar deve ter sido por conta da falta de explicação ao vacinador. Os funcionários são orientados a priorizar grupos. Se ele explicasse que é professor, tem 31 anos e tem contato com a doença, seria incluído nesse grupo e deveria ter sido vacinado”, diz a coordenadora.
O vírus da rubéola é transmitido pelo ar. Os locais mais comuns de contágio são ambientes fechados, como escolas, escritórios e até salas de cinema. Podem ser contaminadas pessoas que não foram vacinadas ou não tiveram a doença. No Distrito Federal, em 2006, não houve registro de casos de rubéola. Já no ano passado, 380 pessoas foram contagiadas.
A rubéola provoca febre, manchas vermelhas no corpo e dor de cabeça, além de caroços no pescoço e atrás da orelha. De acordo com o infectologista Alexandre Cunha, a vacina nos homens é fundamental para garantir a saúde das mulheres. “Todas as campanhas feitas ultimamente foram dirigidas para as mulheres. Como muitos homens não foram vacinados, eles mantém esse vírus circulando. É importante tirar o vírus de circulação e reduzir infecção nas mulheres. A rubéola não é uma doença tão grave, mas, se acometer uma gestante, dá uma má-formação séria no feto”, enfatiza Cunha.
Fonte: Rede Globo
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