quinta-feira, 3 de abril de 2008
Centro da bagunça
Depois da volta da Feira do Rolo em Ceilândia Centro, ainda temos mais essa:
Na Avenida Juscelino Kubitschek (Hélio Prates), na altura do centro de Ceilândia, o problema que parecia resolvido volta a assombrar, agora com um detalhe a mais. A presença maciça de vendedores ambulantes no local está recomeçando e entre os produtos vendidos, a pirataria domina. A grande remoção de barracas feita no centro de Ceilândia em agosto do ano passado aliviou grande parte da pressão que cercava o coração da cidade. São vendedores que atuam no improviso.
No local, é possível ver carrinhos de mão carregando produtos variados, telas expondo mercadorias, camelôs vendendo de pipoca até acessórios de moda femininos. Mas nenhum outro comércio supera o de produtos piratas. Ao longo de uma única calçada, mais de vinte estandes precários expunham DVDs e CDs, sem nenhuma cautela por parte dos ambulantes. A única presença policial no lugar eram dois guardas de trânsito junto a um semáforo.
A gerente de fiscalização responsável por Ceilândia, Lucilene Silva, diz que a vistoria está presente sempre. "São seis fiscais por turno, manhã e tarde, que monitoram todo o centro de Ceilândia. Quem controla os vendedores é a Subsecretaria de Fiscalização. O 8º Batalhão da Polícia Militar também cumpre sua parte no controle dos que tentam se instalar ilegalmente", declara Lucilene. A justificativa da gerente para os vendedores irregulares estarem lá no início dessa semana foi um problema técnico. "Segunda estávamos sem nenhum veículo disponível e por isso a fiscalização não foi efetuada. Mas existe um plantão diário, de segunda a domingo, no local", confirma.
Para o chefe das feiras, Jackson de Souza, a situação requer manutenção constante para que o problema seja resolvido. "Sempre ficam alguns ambulantes e a fiscalização trabalha justamente para que eles não se estabeleçam. O problema da pirataria não fica só nas ruas, nas feiras também existem muitos casos. É outro ponto onde a fiscalização não pode ficar ausente. Fazemos nossa parte no trabalho interno com as feiras", completa Jackson, que chefia sete feiras em Ceilândia, incluindo a mais recente, o Shopping Feira, construído para abrigar os feirantes removidos dos estacionamentos na JK (Hélio Prates).
No entanto, as pessoas que passam pelo centro de Ceilândia dizem nunca terem visto ações coibindo o comércio ilegal. "Eu pego ônibus no centro de Ceilândia quase todo dia, sempre aqui na JK (Hélio Prates). Já vi um policial que conheço comprando DVD pirata, mas impedindo de vender, nunca", comenta Cilene Pires, moradora, que logo conclui a frase, "Mas não sou contra o comércio aqui não".
Essa opinião é compartilhada por muitos outros freqüentadores do centro. "Eu não acho errado não, sabia? É um jeito de o cidadão ganhar a vida. De impostos o governo já está cheio", opina Daime Castro, que trabalha em uma loja de móveis junto a JK (Hélio Prates). Contudo, outros comerciantes discordam desse ponto de vista. "Conheço dois camaradas que quebraram por conta dessa onda de produto pirata. Aqui é só observar, não tem nenhuma loja de CDs. Quem agüenta competir com quem não tem custo nenhum, não paga nem aluguel, e consegue seu produto sem nenhum esforço?" reclama Francisco Hélio, que trabalha em uma loja de eletrodomésticos.
Fonte: Tribuna do Brasil e Rede Globo
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