quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ceilândia precisa de mais cursos profissionalizantes gratuitos

A realidade da educação profissionalizante pública de Ceilândia é precária, mas aos poucos está evoluindo. O Programa de Escolas Técnicas do GDF planeja abrir cerca de mil novas vagas para os interessados da cidade. O projeto conta com o auxílio do CEP Ceilândia - na Guariroba, o Centro de Educação Profissionalizante da cidade, para tentar ajudar o jovem que busca capacitação. "O programa abriga jovens entre 16 e 22 anos que estejam cursando o ensino médio. O aluno pode se inscrever no 2o ou 3o ano, e assim sair da escola com um diploma e sabendo um ofício", explica Edílson Barbosa, gerente do programa. Apesar da discussão sobre o programa, as datas para o início não estão confirmadas. Até lá, o jovem da cidade conta com algumas poucas opções.

Projetos que ajudam a comunidade nesse setor sempre aparecem e um deles já é referência na cidade. O Cesam - Centro Salesiano do Menor - veio para Brasília em 1979 e se mudou próximo a QNN 1 em 2003 - Ceilândia Norte. "Ficávamos na 702 Sul, junto ao prédio do colégio Dom Bosco, que faz parte da Congregação Salesiana. Já tínhamos muitos jovens de Ceilândia na época, e decidimos transferir nosso projeto para cá, atendendo melhor a comunidade que precisa", explica o Padre Caio Mascarelo, chefe do centro, que é ligado a Congregação, parte da Igreja Católica. O lugar oferece aos jovens a oportunidade de aprendizado técnico e formação em cidadania.

O grande diferencial da proposta do Cesam fica justamente na valorização da cidadania. "Trabalhamos dentro da Lei 10.097, a Lei da Aprendizagem, que regula cursos profissionalizantes. Assim temos dois anos em média de permanência do aluno no Cesam As inscrições podem ser feitas por qualquer aluno com idade acima de 14 anos e inferior a 18, com poucas exceções. Assim, acompanhamos o jovem durante o ensino médio, auxiliando na educação como um todo", afirma Pablo Maurício, funcionário do local. O centro é filantrópico e não recebe nenhum apoio financeiro do GDF. "Todos nossos recursos vêm através da mantenedora de Belo Horizonte, da Igreja Católica. E também temos as parcerias com as empresas", fala Leonardo Fonseca, educador que trabalha no local.

Um exemplo do bom funcionamento do centro está em Ramón de Araújo. Ele é ex-aluno e hoje trabalha no próprio Cesam. "Estou aqui há seis meses. Aprendi muito e o lugar não fica só no campo técnico, mas forma o cidadão como um todo. Quero continuar sempre estudando e cursar uma faculdade", comenta Rámon. "Os jovens aqui são muito bem recebidos e nosso papel como educadores, muito bem recompensado. Vemos nosso trabalho dar frutos", completa Patrícia Cordeiro, também educadora do Cesam.

O centro possui 75 parcerias, entre públicas e privadas. "Passam por aqui cerca 1.400 jovens por mês e somos 75 funcionários trabalhando. Nosso parceiro mais antigo, a Novacap, está conosco há 15 anos, e colhemos bons resultados com todos os que se associam. Está é a nossa forma de contribuir com a cidade e com a juventude", afirma Lea Sacerdote, coordenadora pedagógica do centro.


Fonte: Tribuna do Brasil

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