sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Sem aulas


Desde o começo do ano, falta professor na Escola Classe 06 de Ceilândia Norte. Sem alternativa, a diretora e a vice se dividem entre salas de aula e o comando do colégio.

Sala vazia e cadeiras suspensas. Parece férias em pleno período letivo. Há 21 dias, os alunos do segundo período de alfabetização e do segundo ano da educação infantil estão sem aulas. “É o momento em que se trabalha toda a fase de psicomotricidade da criança, a coordenação motora. Isso prejudicará o ano que vem, que é a fase de alfabetização”, diz a mãe de uma aluna, Renata Ferreira.

Mais uma vez, Giovana e Débora vão ter que voltar pra casa por falta de professor. "No começo do ano a gente suportou. Mas agora ficou pior. Desde o começo do mês de agosto as crianças estão sem aula. Eles estão sendo muito prejudicados com isso”, fala Jaqueline da Silva, mãe de outra estudante.

Rosemery da Costa conta que a filha interrompeu um processo importante de alfabetização: “Ela começou bem, vinha se destacando na escola. As professoras até falaram em mudar ela de turma, para uma mais avançada. Mas depois que a professora começou a não vir, ela se desestimulou. Disse que não quer ir mais à escola”.

Outra dificuldade apontada pelo Conselho Escolar é a falta de profissionais para coordenar a sala de informática. Criado há um ano, o local tem 23 computadores que foram doados pela comunidade, mas que até agora estão parados porque não há professor. “Isso já se estende há algum tempo. A gente vai na regional, volta para a direção, que vai com a gente para a regional de novo. Mas nada se resolve”, afirma o representante do Conselho Escolar, Edílson Bezerrra.

Os pais dizem que a diretora e vice assumiram algumas aulas, mas o problema não foi resolvido: “As aulas só vão até as 16h porque elas têm outras funções na direção para resolver”, conta a mãe de uma aluna.

Segundo a Secretaria de Educação, o problema vem desde maio, quando a professora titular saiu de licença médica. A Regional de Ensino mandou um professor temporário, que ficou na escola até o começo das férias. A titular voltou no dia 28 de julho, mas renovou a licença médica três dias depois. A licença termina amanhã (22), mas como a professora é reincidente, a secretaria vai mandar também um substituto como garantia.



Fonte: Rede Globo

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