domingo, 24 de agosto de 2008

Manifestação


Ceilândia tem medo. A violência anda solta pela cidade, a qualquer hora. O assalto a uma farmácia, na quarta-feira, 20, às primeiras horas da manhã, que acabou com a morte do bandido, depois de manter sete pessoas como reféns por sete horas, deixou a fisionomia das pessoas mais contraída.

O assunto mais falado nas rodas de amigos, vizinhos e familiares é o mesmo: Ceilândia precisa de mais proteção. Para ajudar a comunidade a romper com o medo que permite a impunidade, um ato público foi realizado no centro da cidade, seguido da distribuição de panfletos e revistas.

O projeto "Quebrando o Silêncio" levou à avenida Juscelino Kubitschek(Hélio Prates) mais de 200 pessoas, que ouviram Joaquim José da Silva e Fernando Lopes e assistiram ao show da Turma do Nosso Amiguinho, formada por seis bonecos que cantaram músicas incentivando as crianças a não se deixar agredir pelos adultos, e a população a denunciar a violência contra o menor, a mulher e o idoso.

Maria Aparecida, 40 anos, veio do Condomínio Sol Nascente, com o marido e os filhos, João Gabriel, 3 anos e Débora Joana, 4 anos. Atenta, ouviu os palestrantes e mostrou aos filhos os bonecos. "Acho ótima a iniciativa, porque está combatendo a violência que é muito ruim para a cidade."

Lourival Soares de Lacerda, 62 anos, marido de Aparecida, concorda com a mulher. "Ceilândia é uma cidade conhecida como violenta. O tema desse evento serve para quebrar o silêncio da impunidade, da maldade das pessoas", afirmou o morador do Condomínio Sol Nascente.

Joaquim José da Silva disse que precisamos fazer nossa parte, mas que "é preciso mais segurança para a cidade". Ao seu lado, Fernando Lopes completou: "as comunidades precisam reivindicar mais segurança. As pessoas estão caladas, cada um tem que fazer sua parte".


Fonte: Correio Braziliense e Rede Globo

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