quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Perigo de desabamento

Quem tem casa no final da QNP 28, no Setor P Sul em Ceilândia, tem motivos de sobra para se preocupar. O problema é que, em quase todas as casas dos conjuntos X, Z e U apresentam rachaduras nas paredes. Os moradores não sabem mais a quem recorrer e apontam à erosão que fica a 200 metros da rua como o principal motivo para o problema. As rachaduras não ficam apenas nas paredes, em duas casas o chão chegou a afundar.

A residência do autônomo Aureli Severino de Paula é uma das que mais apresentam problemas nas paredes. Para tentar conter a rachadura, o morador já chegou a fazer até duas reformas por ano na casa. Mesmo assim, não é suficiente pra acabar com o problema. Ele mora no imóvel há aproximadamente 18 anos e disse que antigo proprietário avisou sobre as rachaduras, mas Aureli não imaginava o risco que elas poderiam causar.

Porém, o problema maior acontece na casa dos fundos do lote dele. No local o chão já chegou a afundar três vezes. A única solução foi quebrar o piso e aterrar o chão. Para isso, o morador gastou cerca de R$ 6 mil em reformas.

Aureli já sabe quando as paredes vão rachar. As portas começam a não fechar devido ao desnivelamento no chão. "Em uma das casas a única saída foi reforçar com uma coluna", disse preocupado.

A diarista Rosélia Maria da Conceição mora no conjunto "X" há 29 anos, e as rachaduras também são preocupantes. Uma das fendas abertas era tão grande que dava para ver os vizinhos do outro lado da parede. Ela conta que a preocupação é constante, e tem que pagar sempre um pedreiro para tapar os buracos que aparecem.

Os moradores QNP 28 fizeram um abaixo-assinado solicitando medidas urgentes para conter a erosão. O documento entregue à Administração Regional e à Defesa Civil, solicita providências e segurança para a comunidade.

Os moradores da região afirmam que as casas foram construídas em cima de um aterro e que há uma outra erosão, muito maior, vizinha a quadra, de quase trinta metros de profundidade.

Mesmo aparecendo constantes problemas, a Defesa Civil tranqüiliza os moradores dizendo não há risco das casas desmoronarem. Segundo o presidente da comissão de Defesa Civil de Ceilândia, Francisco Barros Cabral a erosão apontada pelos moradores como a principal causadora das rachaduras não apresenta risco para a população, pois está estabilizada e não é crescente. Ele alerta que a população só deve se preocupar em época de chuvas e se as rachaduras aumentarem de tamanho. "Se acontecer um tremor ou deslizamento a população tem que imediatamente sair de casa".

A Defesa Civil está realizando um mapeamento nas áreas consideradas de risco, especialmente no Setor PSul e PNorte. O estudo apontará os locais de maior vulnerabilidade para em seguida, diagnosticar a forma mais adequada para tentar solucionar o problema. Segundo o órgão, nem sempre é necessário evacuar a área. Medidas preventivas como manter as bocas de lobo sempre limpas e evitar o depósito de lixos em buracos evitam o crescimento das erosões.

O telefone da Defesa Civil é 197.


Fonte: Tribuna do Brasil de 19/08/08

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