quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Opinião: exemplo no judô


Enquanto o Ceilândia Esporte Clube foi incapaz de nos dar alegrias em 2008, coube a uma jovem ceilandense, Ketleyn Quadros, deixar a todos nós, ceilandenses, muito, mas muito orgulhosos.

A despeito da alegria, há sempre a tristeza pela contusão que tirou Erika Miranda das Olimpíadas. Erika sofreu uma lesão no joelho ao treinar com o irmão Yuri que já representou o Ceilândia Esporte Clube no GP Nacional de judô de 2006. Na época Sérgio Lisboa era presidente do Ceilândia.



O dedão do pé esquerdo de Ketleyn Quadros é mais projetado do que o direito; e mais espaçado também em relação ao seu vizinho se cotejado com o outro pé. Já o dedo indicador da mão direita está inchado na primeira junta, fruto de uma das várias lutas que Ketleyn tem feito. Na Vila Olímpica em Pequim, ela é conhecida também por sua força, maior do que de muitos homens; é fortona, reflexo dos anos a fio em que puxa ferro para ficar cada dia mais forte.

Nada disso, todavia, a deixa menos feliz. Infeliz, aliás, é palavra que não existe no dicionário desta brasiliense. Sabe por quê? Porque ela sempre fez o que quis. Nasceu assim.

Tinha apenas oito anos de idade quando a mãe, todos os dias, a deixava no Sesi de Ceilândia, cidade satélite de Brasília, onde nasceu; mas para fazer natação. O caminho até a piscina do clube passava pela sala do judô. A menininha ficava impressionada com a beleza do esporte e parava para ver o pessoal lutando. Gostava tanto do que via que ali ficava. E acabava por perder a aula de natação.

Como sempre fez o que quis, não sossegou enquanto não convenceu a mãe a trocar de esporte. Rosimeire, a mãe, deixou, mas a contragosto. E usou a seguinte tática para devolver a menina à natação: vai, minha filha, mas quimono que é bom eu não te compro. Ou melhor, pra não ser tão severa com a filha, comprou um, mas de saco, achando que a filha iria desistir com a feiúra do uniforme. Mas como Ketleyn não sabe o que é ser infeliz, nem ligou. Vestiu o quimono de saco e foi para a primeira aula de judô.

O resto é história e todos, neste momento, sabemos de cor. Ketleyn conquistou a primeira medalha olímpica feminina no judô.



Ketleyn é a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica individual. Todos os Ceilandenses estão orgulhosos.



Veja mais um vídeo da vitória de Ketleyn clicando no link: ClicaTV

Fonte: Ceilândia Esporte Clube e IG

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