Brasília foi idealizada para coincidir com o Plano Piloto e pensada para abrigar 500 mil habitantes. Ao seu redor, nasceriam cidades para receber os demais moradores. Quase 50 anos depois, o mapa da capital federal mudou muito. A última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que em novembro de 2007 o Distrito Federal comportava cerca de 2,5 milhões de habitantes. Com isso, nos últimos 25 anos, o avião desenhado para representar o Plano Piloto foi cercado por um tapete urbano unindo-o às cidades que surgiram e se emendaram umas nas outras. Em artigo exclusivo para o Correio (veja ao lado) o arquiteto Oscar Niemeyer comenta esse processo e as ameaças que ele representa para a capital.
O DF hoje é um largo cinturão de gente vivendo ao redor da capital planejada. Mas, apesar de o projeto original de Brasília não ter previsto a criação de cidades fora do centro do Plano Piloto, o surgimento delas se impôs, naturalmente. Antes mesmo do fim da construção da nova capital, em 1959, o governo criou Taguatinga, a 21km do Plano Piloto. Quatro anos depois, surgiu Ceilândia.
As duas novas cidades cresceram tanto que perderam seus limites geográficos. Mas a aglomeração de cidades seguiu rapidamente do Plano a Ceilândia. Os espaços verdes, que antes existiam entre uma e outra, desapareceram e deram lugar a casas, comércios e condomínios irregulares.
Ao longo dos 11,2km da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), por exemplo, formou-se um rastro de construções onde não há mais limites territoriais. Seguindo uma linha contínua, a partir do Plano Piloto, surge o Guará, em seguida Águas Claras, Vicente Pires e Taguatinga. O fenômeno da ocupação desordenada, no entanto, é uma tendência do crescimento das metrópoles brasileiras e não uma característica exclusiva da capital federal.
Fenômeno
O Rio de Janeiro, por exemplo, também está unido à Baixada Fluminense, formada por Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, entre outras cidades. Na área metropolitana de São Paulo o fenômeno é reconhecido em vários municípios. Santo André, São Bernardo e São Caetano estão interligados física e funcionalmente.
Mas a ocupação desordenada na região da capital do país chegou a tal ponto que até o Entorno do DF tem suas fronteiras mal definidas. Santa Maria e Valparaíso (GO), por exemplo, cresceram e se uniram dificultando a distinção entre o território goiano e o brasiliense.
Esse fenômeno — da junção entre duas ou mais cidades formando uma região sem fronteiras administrativas — é conhecido como conurbação. Os principais fatores causadores são o aumento demográfico, as ocupações ilegais e a valorização da terra. E, como conseqüência, surgem problemas para a população e para o meio ambiente. É o que ocorre em alguns pontos do DF: perda de áreas verdes; falta de infra-estrutura e de serviços básicos, como rede hospitalar, transporte público; engarrafamentos; insegurança nas ruas.
E, sem ordenamento, a tendência é que o crescimento da população estenda ainda mais os limites do DF. Um estudo feito em 2006 pela Universidade de Brasília (UnB) apontou à época que nos 24 anos seguintes 50% da população da região metropolitana, estimada em 3,2 milhões de habitantes, estarão concentrados no eixo oeste do DF, que segue uma linha reta do Guará a Águas Lindas, município goiano.
Fonte: Correio Braziliense
O DF hoje é um largo cinturão de gente vivendo ao redor da capital planejada. Mas, apesar de o projeto original de Brasília não ter previsto a criação de cidades fora do centro do Plano Piloto, o surgimento delas se impôs, naturalmente. Antes mesmo do fim da construção da nova capital, em 1959, o governo criou Taguatinga, a 21km do Plano Piloto. Quatro anos depois, surgiu Ceilândia.
As duas novas cidades cresceram tanto que perderam seus limites geográficos. Mas a aglomeração de cidades seguiu rapidamente do Plano a Ceilândia. Os espaços verdes, que antes existiam entre uma e outra, desapareceram e deram lugar a casas, comércios e condomínios irregulares.
Ao longo dos 11,2km da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), por exemplo, formou-se um rastro de construções onde não há mais limites territoriais. Seguindo uma linha contínua, a partir do Plano Piloto, surge o Guará, em seguida Águas Claras, Vicente Pires e Taguatinga. O fenômeno da ocupação desordenada, no entanto, é uma tendência do crescimento das metrópoles brasileiras e não uma característica exclusiva da capital federal.
Fenômeno
O Rio de Janeiro, por exemplo, também está unido à Baixada Fluminense, formada por Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, entre outras cidades. Na área metropolitana de São Paulo o fenômeno é reconhecido em vários municípios. Santo André, São Bernardo e São Caetano estão interligados física e funcionalmente.
Mas a ocupação desordenada na região da capital do país chegou a tal ponto que até o Entorno do DF tem suas fronteiras mal definidas. Santa Maria e Valparaíso (GO), por exemplo, cresceram e se uniram dificultando a distinção entre o território goiano e o brasiliense.
Esse fenômeno — da junção entre duas ou mais cidades formando uma região sem fronteiras administrativas — é conhecido como conurbação. Os principais fatores causadores são o aumento demográfico, as ocupações ilegais e a valorização da terra. E, como conseqüência, surgem problemas para a população e para o meio ambiente. É o que ocorre em alguns pontos do DF: perda de áreas verdes; falta de infra-estrutura e de serviços básicos, como rede hospitalar, transporte público; engarrafamentos; insegurança nas ruas.
E, sem ordenamento, a tendência é que o crescimento da população estenda ainda mais os limites do DF. Um estudo feito em 2006 pela Universidade de Brasília (UnB) apontou à época que nos 24 anos seguintes 50% da população da região metropolitana, estimada em 3,2 milhões de habitantes, estarão concentrados no eixo oeste do DF, que segue uma linha reta do Guará a Águas Lindas, município goiano.
Fonte: Correio Braziliense
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