Dentre os conselhos tutelares que mais sofrem pela falta do repasse de recursos por parte do GDF está o de Ceilândia. Diariamente, recebe dezenas de jovens com problemas relacionados ao uso de drogas, abuso sexual e em conflito familiar - é o conselho que recebe mais atendimentos no DF.
São apenas 5 conselheiros para uma população de quase 700 mil pessoas, enquanto a recomendação é de, pelo menos, um conselho para 200 mil habitantes.
Além da alta demanda, os conselheiros convivem com problemas estruturais - falta, inclusive, material de escritório. Em Ceilândia o órgão funciona numa sala emprestada na QNN 13. No lugar de paredes de concreto, divisórias. Assim, a conversa entre vítima e conselheiro é facilmente ouvida por outras pessoas que aguardam atendimento.
Para a assistente social Thais Moreira, do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), os recursos, na maioria, acabam sendo devolvidos à União. "È como se Brasília não passasse por nenhum problema e não precisasse do dinheiro. A verdade é que a aplicação dos recursos tem sido um processo altamente burocrático, como se não seguisse um planejamento".
Fonte: Jornal de Brasília de 10/08/08
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