No dia 27 de janeiro este site publicou nota que falava do problema de monumentos e prédios públicos do DF aviltados por maus administradores que resolvem utilizá-los como suporte para propaganda política subliminar ou simplesmente para dar vazão ao próprio mau gosto.
Pois parece que eles não se emendam: o blog 100% Ceilândia (um excelente clipping das principais matérias veiculadas sobre a cidade), mostra que a caixa d’água, adotada historicamente pela população como símbolo de Ceilândia, e que precisava de pintura nova, mais uma vez foi vítima dessa gente. Algum puxa-saco mais puxa-saco que os outros resolveu imitar a turma da era Roriz e insultar novamente a inteligência dos ceilandenses, dessa vez pintando o reservatório de verde e branco, cores associadas ao atual governador do DF.
A Associação Comercial ainda por cima comemora e alardeia que a pintura foi feita pela Caesb atendendo a pedido dos empresários da cidade. Fossem eles um pouquinho mais generosos, não teriam pedido nada. Coçariam o bolso, se cotizariam e bancariam eles próprios a pintura. Teriam livrado a cidade desse vexame. Consta que foi isto que ocorreu em 1997, quando a caixa d’água foi pintada pela primeira vez, toda na cor branca. Ficou belíssima (veja a foto no site, logo abaixo) e não há notícia de nenhuma empresa que tenha falido por contribuir.
Mas o ponto aqui é outro: não se deve brincar com símbolos. Nos duros tempos da fundação de Ceilândia, quando água era artigo de luxo, disputado a tapas, a inauguração deste reservatório representou uma grande vitória e um grande alívio para todos. Daí sua força simbólica permanecer até hoje, embora não seja exclusiva da cidade (há uma igual em Taguatinga Sul). Assim como seria inadmissível pintar as colunas do Palácio da Alvorada ou modificá-lo ao gosto do morador da vez (dona Marisa Letícia e sua estrela do PT no jardim que o digam), também não é aceitável fazê-lo à nossa caixa d’água, apenas porque ela está vinculada ao universo de uma população economicamente menos favorecida e não foi tombada por nenhuma UNESCO da vida. Soa desrespeitoso.
Como Arruda não é nenhum Roriz, merece o benefício da dúvida: é pouco provável que ele soubesse ou aprovasse essa cafonice, típica de prefeito de cidade do interior. Isto cheira mais a coisa de funcionário de quarto escalão querendo agradar o chefe.
De todo modo, só teremos certeza disso se ele ordenar que a caixa volte ao seu branco original e politicamente neutro.
Para quem se dispuser a pensar grande, há outra possibilidade: respeitados eventuais impedimentos técnicos, o ideal seria que a caixa recebesse revestimento permanente nessa cor, para evitar novas agressões no futuro. Poderia ser revestida com mármore (alô, ACIC!) ou outro material mais barato, porém igualmente durável e de fácil manutenção. Melhor ainda se fosse presenteada com um projeto de iluminação profissional e moderno, que a realçasse também à noite, destacando-a na paisagem do centro da cidade. Transformar-se-ia verdadeiramente no cartão-postal de Ceilândia.
Com isto Arruda daria aos ceilandenses uma inestimável prova de apreço e sinalizaria que sua administração não é provinciana como a de seu antecessor.
E que nem todos os políticos são iguais.
Veja o link do 100% Ceilândia aqui.
Fonte: Ceilândia.com
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