Quase 20 dias depois da entrada dos microônibus no sistema de transporte público do Distrito Federal, a Secretaria de Transportes (Setrans) ainda faz ajustes e enfrenta a reclamação da população. Depois de inaugurado, o novo serviço trouxe transtornos para a população que ainda estava desinformada de como o sistema funcionava. No entanto, o número de veículos ainda é insuficiente para atender à demanda dos usuários em alguns lugares da cidade. Na hora de opinar acerca do novo programa, a população fica dividida, mas a maioria reclama do pequeno número de veículos em circulação e que os horários ainda são irregulares.
A empregada doméstica Gabriela Pinho, 22 anos, mora em Samambaia e conta que ia de vans todo o dia de manhã para o trabalho e que as pegava em frente à sua casa. Ela conta que, depois do novo programa, nenhum microônibus passa no mesmo local do antigo transporte. “Agora, além de andar muito para conseguir pegar o microônibus, fico perdida com os horários e de como tudo funciona”, diz. Mesmo depois de algum tempo funcionando, os passageiros ainda não sabem ao certo qual linha pegar, situação vivenciada também por Gabriela. “Tem motorista que ainda não sabe nem explicar a rota que faz”, completa.
O diretor do DFTrans, Paulo Henrique Munhoz, concorda com a reclamação da população. Segundo ele, realmente algumas linhas ainda têm que ser organizadas e que um dos pontos críticos do programa foi a falta de explicação de como funciona o sistema para a população “Em nossas pesquisas de campo verificamos realmente esse tipo de falha. Há alguns locais por onde as vans passavam e hoje os microônibus não passam”, diz.
Apesar das inúmeras reclamações, Munhoz afirma que o impacto dos problemas após a implantação do novo sistema foi menor do que o esperado. “Estamos buscando explicar tudo. Já sabíamos que o problema do transporte não iria ser resolvido de imediato. Esse sistema é novo, é normal que existam falhas”, conta.
Quando completar um mês de funcionamento, a Setrans pretende fazer um balanço com os pontos positivos e negativos do novo sistema. A partir desse resultado, será feita uma reunião com o secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga, para que sejam criadas soluções dos problemas que forem encontrados. Além de todas as modificações que já foram feitas para reorganizar o sistema, a população ganhará em breve mais 100 ônibus. Os veículos estão trâmite judicial, mas de acordo com Paulo Munhoz, estarão o quanto antes nas ruas.
Os novos veículos entraram em circulação na capital federal no último dia 26, como parte do programa que proíbe o transporte alternativo das vans. Em todo o DF, 12 cidades são atendidas pelos microônibus e ônibus. Porém, o Sindicato do Transporte Alternativo do DF (Sintrafe) vem questionando a extinção do Sistema de Transporte Público Alternativo (STPA) e vem realizando uma série de manifestação para conseguir voltar às ruas.
Fonte: Jornal Coletivo aqui e aqui
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