Se você é do tipo que concorda com a preconceituosa e ultrapassada idéia de que em Ceilândia qualquer espaço público (seja beco, praça ou entrequadra) corre o risco de virar ponto de encontro de maconheiros e criminosos, e por isso deve ser deixado como está, nem leia este artigo: ele vai tratar de qualidade de vida em seu sentido mais amplo, um tema por demais complexo para ser entendido por mentes excessivamente simplórias.
É que vou falar de um equipamento urbano presente na maioria das cidades onde o assunto é valorizado muito além daquele “arroz, feijão, saúde e habitação” que virou palavra de ordem nas manifestações de quem acha que pobre deve se limitar a exigir apenas isso.
Me refiro à figura do passeio público. Desde as pequenas cidades do interior até as grandes metrópoles como Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Paris ou Barcelona, lá está ele, praça e passarela, recanto ideal para quem está cansado e deseja apenas um banco para sentar e ver a vida passar sem pressa. Ou praia de quem vive longe do mar mas gosta de agitação, de ver e ser visto, de sair para a peleja diária a que se dedicam os que querem distância da solidão.
O assunto me veio à mente ao pensar no quanto Ceilândia é privilegiada em termos de espaços ainda livres e no quanto eles têm sido mal aproveitados. Veja a imagem abaixo. Ela mostra a área que vai do fórum até a entrada do Centro de Ensino Médio 03, em Ceilândia Sul. Parte dela já foi ocupada pelo Shopping Popular. Parte estaria destinada a um muito bem-vindo Centro Cultural, com respectiva praça. O restante abriga o prédio da Administração Regional, a Biblioteca Pública e a Praça do Trabalhador. Mas restam as laterais entre as pistas das avenidas M1 e M2 e o muro do CEM 03. Trata-se de uma faixa de uns 15 metros de largura por 600 de comprimento que circunda o colégio e que atualmente está sem nenhum uso ou qualquer sinal de urbanização. Como não se tem conhecimento de projetos para aquela área, e o shopping center prometido por Paulo Octavio foi parar no Setor M Norte de Taguatinga, eis aí um bom gancho para voltar ao tema das soluções alternativas que possam ajudar a suprir a falta de áreas de lazer para os ceilandenses.
Pois me acompanhe nessa viagem, que sonhar não custa nada. Imagine junto comigo aquela faixa transformada em um passeio público (veja na imagem exemplos reais, para facilitar as coisas). Pense em uma larga passarela integrada à Praça do Trabalhador (devidamente reformada), ao Shopping Popular, à praça do futuro Centro Cultural (que bem poderia ser construída antes dele) e ao próprio centro da cidade. Com piso de boa qualidade. Isolada das pistas e dos carros por canteiros bem cuidados, salvo nos locais de acesso às faixas de pedestres. Sombreada por árvores plantadas na área interna do CEM 03, ao longo de todo o muro. Na parte externa, junto ao muro, suavizando a presença dele, plantas ornamentais intercaladas por fileiras de bancos. Para arrematar, boa iluminação à noite. E, se o espaço permitir, até faixa exclusiva para ciclistas, patinadores, praticantes de skate. Para incentivar o uso intensivo da nova área pela população, poderiam ser promovidos ali eventos artístico-culturais.
Até quem gosta de subordinar qualquer coisa a dividendos econômicos também ficaria satisfeito. Basta pensar no quanto o comércio naquelas avenidas seria beneficiado pelo aumento do fluxo de pessoas. Ao longo do calçadão, seria permitida a instalação de um ou outro pequeno quiosque, devidamente padronizado, para venda de sorvetes, revistas ou peças de artesanato. Por fim, para deixar mais tranqüilo também quem anda com medo de sair de casa, haveria policiamento em pontos fixos e também em rondas feitas a pé.
O passeio público, que teria inicialmente cerca de 1,5km de extensão (incluídas as praças), poderia pouco a pouco ser ampliado, até chegar ao extremo sul da cidade. As calçadas em frente às lojas das duas avenidas também poderiam futuramente ser reformadas e adaptadas ao mesmo padrão. E um dia toda aquela área teria outro aspecto, muito melhor que o atual. Sem esquecer que esta mesma solução poderia ser adotada nas outras partes da cidade com igual configuração, tanto em Ceilândia Norte quanto em Ceilândia Sul.
A experiência nos obriga a não esperar este tipo de atenção de quem tem que se preocupar com a situação calamitosa de setores como a Expansão do Setor O ou os dois “condomínios” com que o descalabro e a irresponsabilidade infelicitaram a cidade. Mas o GDF está reconhecidamente fazendo importantes investimentos aqui. Um bom exemplo é a construção da Vila Olímpica. Neste sentido, é importante dizer que o passeio público aqui sugerido não sairia tão caro. E com uma vantagem: beneficiaria não apenas os estudantes e esportistas, mas também outros segmentos da comunidade tradicionalmente negligenciados, como os idosos, por exemplo.
O passeio público tornar-se-ia o democrático ponto de encontro de ceilandenses de todas as idades e de todos os setores da cidade. Principalmente das pessoas que hoje, por falta de opção local, vão passear em Taguatinga ou no Plano Piloto.
E, se bem feito e bem cuidado, seria uma vitrine e tanto para o GDF nas próximas eleições.
Fonte: Ceilândia.com
É que vou falar de um equipamento urbano presente na maioria das cidades onde o assunto é valorizado muito além daquele “arroz, feijão, saúde e habitação” que virou palavra de ordem nas manifestações de quem acha que pobre deve se limitar a exigir apenas isso.
Me refiro à figura do passeio público. Desde as pequenas cidades do interior até as grandes metrópoles como Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Paris ou Barcelona, lá está ele, praça e passarela, recanto ideal para quem está cansado e deseja apenas um banco para sentar e ver a vida passar sem pressa. Ou praia de quem vive longe do mar mas gosta de agitação, de ver e ser visto, de sair para a peleja diária a que se dedicam os que querem distância da solidão.
O assunto me veio à mente ao pensar no quanto Ceilândia é privilegiada em termos de espaços ainda livres e no quanto eles têm sido mal aproveitados. Veja a imagem abaixo. Ela mostra a área que vai do fórum até a entrada do Centro de Ensino Médio 03, em Ceilândia Sul. Parte dela já foi ocupada pelo Shopping Popular. Parte estaria destinada a um muito bem-vindo Centro Cultural, com respectiva praça. O restante abriga o prédio da Administração Regional, a Biblioteca Pública e a Praça do Trabalhador. Mas restam as laterais entre as pistas das avenidas M1 e M2 e o muro do CEM 03. Trata-se de uma faixa de uns 15 metros de largura por 600 de comprimento que circunda o colégio e que atualmente está sem nenhum uso ou qualquer sinal de urbanização. Como não se tem conhecimento de projetos para aquela área, e o shopping center prometido por Paulo Octavio foi parar no Setor M Norte de Taguatinga, eis aí um bom gancho para voltar ao tema das soluções alternativas que possam ajudar a suprir a falta de áreas de lazer para os ceilandenses.
Pois me acompanhe nessa viagem, que sonhar não custa nada. Imagine junto comigo aquela faixa transformada em um passeio público (veja na imagem exemplos reais, para facilitar as coisas). Pense em uma larga passarela integrada à Praça do Trabalhador (devidamente reformada), ao Shopping Popular, à praça do futuro Centro Cultural (que bem poderia ser construída antes dele) e ao próprio centro da cidade. Com piso de boa qualidade. Isolada das pistas e dos carros por canteiros bem cuidados, salvo nos locais de acesso às faixas de pedestres. Sombreada por árvores plantadas na área interna do CEM 03, ao longo de todo o muro. Na parte externa, junto ao muro, suavizando a presença dele, plantas ornamentais intercaladas por fileiras de bancos. Para arrematar, boa iluminação à noite. E, se o espaço permitir, até faixa exclusiva para ciclistas, patinadores, praticantes de skate. Para incentivar o uso intensivo da nova área pela população, poderiam ser promovidos ali eventos artístico-culturais.
Até quem gosta de subordinar qualquer coisa a dividendos econômicos também ficaria satisfeito. Basta pensar no quanto o comércio naquelas avenidas seria beneficiado pelo aumento do fluxo de pessoas. Ao longo do calçadão, seria permitida a instalação de um ou outro pequeno quiosque, devidamente padronizado, para venda de sorvetes, revistas ou peças de artesanato. Por fim, para deixar mais tranqüilo também quem anda com medo de sair de casa, haveria policiamento em pontos fixos e também em rondas feitas a pé.
O passeio público, que teria inicialmente cerca de 1,5km de extensão (incluídas as praças), poderia pouco a pouco ser ampliado, até chegar ao extremo sul da cidade. As calçadas em frente às lojas das duas avenidas também poderiam futuramente ser reformadas e adaptadas ao mesmo padrão. E um dia toda aquela área teria outro aspecto, muito melhor que o atual. Sem esquecer que esta mesma solução poderia ser adotada nas outras partes da cidade com igual configuração, tanto em Ceilândia Norte quanto em Ceilândia Sul.
A experiência nos obriga a não esperar este tipo de atenção de quem tem que se preocupar com a situação calamitosa de setores como a Expansão do Setor O ou os dois “condomínios” com que o descalabro e a irresponsabilidade infelicitaram a cidade. Mas o GDF está reconhecidamente fazendo importantes investimentos aqui. Um bom exemplo é a construção da Vila Olímpica. Neste sentido, é importante dizer que o passeio público aqui sugerido não sairia tão caro. E com uma vantagem: beneficiaria não apenas os estudantes e esportistas, mas também outros segmentos da comunidade tradicionalmente negligenciados, como os idosos, por exemplo.
O passeio público tornar-se-ia o democrático ponto de encontro de ceilandenses de todas as idades e de todos os setores da cidade. Principalmente das pessoas que hoje, por falta de opção local, vão passear em Taguatinga ou no Plano Piloto.
E, se bem feito e bem cuidado, seria uma vitrine e tanto para o GDF nas próximas eleições.
Fonte: Ceilândia.com
Um comentário:
Aproveitando sobre sobre o assunto, gostaria que esses espaços vazios como por exemplo a area do antigo Cei Esporte Clubo que se tornou reduto de marginais e usuarios de drogas ao lado do sesc bem como os chamados "quadradões" que ficam no meio das quadras do P sul e P norte poderiam ser muito bem aproveitados.
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