terça-feira, 8 de julho de 2008

Setor de automóveis



A primeira agência de carros do Setor O surgiu por acaso. Segundo Pedro Batista Carneiro, o primeiro proprietário de loja de carros da região, a loja teve início depois que ele alugou o seu imóvel para uma pessoa montar uma oficina mecânica. Como a oficina não deu certo, e não tinha outra destinação para o imóvel, ele mesmo resolveu montar o seu próprio negócio, e abriu uma loja para revender automóveis usados.

A idéia de Batista atraiu outros investidores para o local. Hoje, já são 25 lojas de automóveis usados na área. Há 12 anos, o comércio de carros usados é tradição em Ceilândia e, até mesmo compradores do Entorno já fazem da região um ponto de referência quando querem adquirir um automóvel. "Foi muito válida essa idéia. As lojas trouxeram crescimento econômico para a cidade e a valorização da área para os moradores", comenta Batista.

A setor onde as empresa funcionam ainda não tem nome certo, mas pela quantidade de lojas para revenda de carros, já pode até ser chamada de Cidade dos Automóveis de Ceilândia. Os empresários pedem mais investimentos do governo para melhorar o comércio. O local onde os carros destinados à venda ficam estacionados ainda é improvisado. Por falta de um estacionamento com asfalto, os carros ficam expostos às rajadas de ventos de poeira.

A área é residencial, mas o comércio não atrapalha os moradores da região. Muito pelo contrário. Os moradores até gostam da idéia, pois as lojas levaram valorização para a área, emprego e segurança. Segundo relatos da própria vizinhança, no local onde ficam os carros, era uma área destinada ao entulho e sujeira. "Somos um grupo unido, pois aqui há espaço para todos. Os interesses de um, são de todos, pois acreditamos no desenvolvimento da cidade", finaliza Batista.



A idéia de Batista chamou a atenção do empresário Alessandro Rocha, de 32 anos. Ele abriu a primeira loja em 2003 e agora já tem duas agências de automóveis no local. Antes, Alessandro trabalhava com a venda de móveis e possuiu três lojas. Ele conta que a mudança de ramo foi um grande negócio. Mas, devido à concorrência, precisa melhorar ainda mais.

Como o forte do setor é vender carros usados, e a taxa de juros para comprar carros novos é bem menor que dos carros usados, os clientes muitas vezes preferem comprar veículos novos com juros mais baratos. Mesmo assim, Alessandro disse que não tem do que reclamar. "Aos poucos o comércio está melhorando. Aqui é uma cidade que tem expectativa de crescimento. Só falta mais incentivo do governo para melhorar ainda mais", diz.

Mesmo com o negócio promissor, as lojistas pedem investimento em infra-estrutura na área que eles trabalham, ou até mesmo a destinação de uma área mais apropriada para instalação de uma futura cidade do automóvel na cidade.

A grande oferta atrai gente de fora como o casal que veio de Águas Lindas, em Goiás, para comprar um carro no Setor O. Eles disseram que resolveram comprar no local porque aquela é a única área perto da cidade onde é possível encontrar mais opções de veículos usados. "Em Águas Lindas não tem tanta variedade para comprar automóveis. Aqui é mais fácil para nós, que não precisamos ir até a Cidade dos Automóveis para comprar um carro. Os preços só estão altos", reclama o casal.


Fonte: Tribuna do Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

É correto afirmar que as agências de automóveis usados do Setor O ocuparam a área que antes era formada só de entulho, lixo e mato, mas não podemos concordar com a presença delas aqui, pois esta é uma área residencial que não comporta este tipo de estabelecimento. Tais áreas deveriam ser locais de lazer com arborização e locais para caminhada e passagem para pedestres. Seria também um ótimo local para a instalação dos novos postos comunitários de segurança, já que é a entrada do bairro.

Essas agências de automóveis estão em lugar irregular e invadem área pública, o que não pode ser permitido pelo GDF. Elas invadiram grande parte das calçadas das QNO 1 e 2, formando grandes "puxadões" a exemplo de outros moradores que também desrespeitam os demais.

Do outro lado da via, na Ceilândia Norte, são as lojas de materiais de construção que desrespeitam os pedestres ocupando as calçadas e canteiros centrais com montanhas de tijolos, areia e todo tipo de produtos, impedindo a passagem daqueles que tentam chegar a estação terminal do metrô por exemplo.

O desenvolvimento econômico não pode justificar o completo desrespeito às questões urbanísticas que já não são nada favoráveis à Ceilândia devido à grande concentração de moradias e pessoas.

Já que tais empresas invadiram área pública, por que elas não compensam os danos criando pelo menos passagens limpas e seguras para os pedestres?

Para quem devemos reclamar especificamente? Quem realmente pode resolver esses problemas e tantos outros que estão ligados à total falta de fiscalização?