Com a chegada das férias escolares e do vento forte, comum nesta época do ano, as pipas passam a colorir o céu de Brasília. A brincadeira esconde perigos e nas guerrinhas travadas no alto, muitas vezes com o uso do chamado cerol, ganha quem derruba primeiro a pipa do adversário.
O cerol é uma pasta feita com pó de vidro e cola. Quem não tem dinheiro faz em casa, com grude de polvilho e pedaços de garrafas e lâmpadas. Para comprar, a mistura é facilmente encontrada em armarinhos, papelarias e no comércio em geral.
“Perto da minha casa vende cerol e pó de vidro pronto. Custa de um a três reais”, conta uma criança entrevistada pelo Bom Dia DF.
Quem usa a mistura sabe dos riscos e guarda marcas nos dedos e nas pernas. Mesmo assim, parece que nada intimida.
“Deixa a brincadeira mais engraçada”, garante um menor. Quando questionado sobre os riscos, o menino afirma que não tem medo: “Já me machuquei, mas é normal. Faz parte”, admite.
De 2004 a 2007, os bombeiros registraram 34 acidentes com cerol no DF. Na maioria dos casos as vítimas são motociclistas e, por isso, é recomendado o uso de antenas que cortem as linhas.
Uma simulação feita pela Defesa Civil demonstra os estragos causados pela mistura. Em menos de cinco segundos, a corda que sustenta um boneco de 90kg é partida.
“A gente orienta que as crianças não usem o cerol em hipótese alguma. Além disso, os pais também devem fiscalizar. Em caso de acidente, ao se identificar a criança, o responsável pode receber sanções penais”, explica o subsecretario da Defesa Civil, coronel Ribeiro.
Quem for pego usando cerol está sujeito a uma pena de três meses a um ano de prisão.
Fonte: Rede Globo
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