terça-feira, 15 de julho de 2008

Sobre os processos

Dos cinco incidentes com violência policial que ocorreram entre fevereiro e março deste ano e levaram à morte de civis, dois têm um novo capítulo. De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar, no caso do motorista Gilmário Siqueira, espancado até morte na Ceilândia, o policial envolvido vai ser submetido ao Conselho de Disciplina, que decide pela exclusão dele da corporação.

Hoje, o corregedor-geral da PM, coronel Francisco Maia, anunciou que, no caso do tumulto do Galinho de Brasília, no carnaval deste ano, dois dos três PMs investigados vão ser indicados à punição. Mas o processo está parado porque o terceiro envolvido ainda não se defendeu. “Verificamos que um dos sindicados não tinha apresentado suas razões de defesa. E isso é importante no processo para evitar nulidade”, argumenta.

Atualmente, a corregedoria tem 58 processos em aberto que investigam a conduta de PMs em ações nas ruas. E muitos deles se arrastam por causa das repetidas prorrogações de prazo. O comandante-geral já decidiu pela expulsão de seis policiais militares. A palavra final é do governador. Os erros nas ações também servem de treinamento para que os novos policiais não cometam os mesmos equívocos.

"Todas essas situações que ocorrem são colocadas para os alunos e são trabalhadas. Mas não há receita de bolo para ações da polícia. Cada caso é um caso", afirma o comandante da Academia da PM, tenente-coronel Suamy Santana.

Ninguém vira policial da noite para o dia. Primeiro, é preciso passar num concurso. Quem é aprovado vai para a Academia de Polícia Militar, local onde é feito um curso de três anos. Depois, o policial vai para a rua, sendo monitorado por um período de oito meses.

Na academia, o que mais importa é aprender quando e de que forma fazer uma abordagem. São ensinadas técnica, ética e legislação. Mas, de acordo com o comandante, não é a falta de experiência que leva ao erro. “Os erros que ocorreram têm a ver também com questões que envolvem o caráter do indivíduo, a percepção pessoal diante das situações” , fala o tenente-coronel.


Fonte: Rede Globo

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