Comerciantes da Feira dos Importados de Ceilândia reclamam da falta de infra-estrutura no local que funciona há quase um ano. A feira foi criada quando camelôs do centro da cidade foram removidos para o espaço abandonado em Ceilândia Norte.
Localizado na QNN 37, o comércio funcionava pela metade, apenas produtores vendiam frutas e verduras. A transferência dos camelôs para o local incentivou antigos feirantes e trouxe expectativas de desenvolver a feira. "Para nós que viemos trabalhar aqui, foram apenas promessas", se indigna o feirante Ivo Tomaz. Ele trabalhou no centro da cidade por 10 anos e afirma que a mudança não trouxe nenhum benefício.
A feira tem cobertura, mas está sem iluminação nos corredores, e sem calçadas. Os feirantes também reivindicam contêineres para depósito de lixo. A capacidade do local é de mais de 570 bancas, sendo que dessas, 480 estão funcionando. Outra reclamação é a demora da administração para entregar a documentação das bancas abertas. Sem a papelada oficial os feirantes não conseguem instalar linhas telefônicas ou máquinas de cartões de créditos. "Com isso oferecemos outras opções de pagamento aos clientes", destacou o comerciante. "E ainda falto o mais importante, clientes", conclui Ivo.
As bancas de verduras, localizadas nos fundos das feiras, só abrem aos domingos, outro problema para atrair clientes. Os donos de bancas também acreditam que a população não sabe que a feira existe e por isso não freqüentam o lugar. "Como não temos muitos clientes, alguns colegas estão fechando as portas para trabalhar em outra coisa".
"Passaria o dia todo só falando os problemas. Desde que viemos pra cá, o administrador nunca nos fez uma visita, nem conhece nossas necessidades", reclama Emerson Alexandre, dono de uma banca. O proprietário também pensa em desistir do negócio. "Não acredito que isso daqui vai melhorar. Se não fez em um ano, acho que não vão fazer mais nada", argumenta.
Apesar das reclamações e da demora em solucionar os problemas, o presidente da Associação da Feira dos Importados de Ceilândia, Antônio Cardilac de Queiroz Dias, garante que o local será todo revitalizado. Segundo Cardilac, as reformas na feira começarão na próxima semana. "Será feito o alambrado, a calçada em torno da feira e a abertura de uma pista nos fundos para dar acesso aos consumidores", antecipa.
Quanto a iluminação, Cardilac adianta que serão colocadas telhas transparentes para iluminar o local de dia. A energia dos corredores é uma promessa da administração e não tem previsão de ser instalada. A falta de data é devida há um impasse entre as administrações regionais e as associações. Eles ainda discutem quem é responsável por pagar as contas de energia e água das áreas comuns de todas as feiras de Brasília. "Com certeza depois dessa reforma vários clientes novos vão aparecer, e as vendas vão crescer", acredita Cardilac.
Fonte: Tribuna do Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário