quarta-feira, 9 de julho de 2008

Processos não avançam

Hoje, faz quatro meses que o rodoviário Edilson Lopes Lima foi executado. No dia 8 de março, depois do trabalho, ele saiu de carro do terminal de ônibus de Brazlândia e, a 300 metros do local, foi abordado por três policiais militares. De acordo com testemunhas, mesmo uniformizado, Edilson levou um tiro nas costas. Deixou a mulher e um filho de três anos e a família toda à espera de justiça

“Tudo aconteceu de uma forma muito doída. Atiraram no meu filho pelas costas...”, lamenta a mãe do rodoviário, Elvira Lopes Lima

As investigações da Polícia Civil ainda não foram concluídas. O autor do disparo que matou Edilson foi identificado, mas ainda falta o laudo da perícia. Na PM, o inquérito corre sob sigilo. A única informação é de que os três policiais estão afastados das ruas, atuando no serviço administrativo.

“Eu procuro saber, mas eles não informam. É muito revoltante. A cadeia na PM é mordomia, mas, para nós, ainda seria um pouco confortante saber que o assassino está pelo menos afastado, detido”, diz o irmão da vítima, Wilha Lopes Lima.

Esse e outros quatro casos de violência policial que resultaram na morte de civis foram considerados prioritários pelo comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Antônio Cerqueira, assim que ele assumiu o cargo, em março. O comandante chegou a dar prazo de um mês para a conclusão dos inquéritos. Mas até hoje, nenhum responsável foi apontado ou punido.

A auxiliar administrativa Gildete Damásio ainda não sabe o nome dos cinco policiais militares que espancaram o irmão dela, o comerciante Gilmar Vareto Damásio, dono de um bar na Ceilândia. Em 24 de fevereiro deste ano, por causa do volume do som no quiosque, ele apanhou até entrar em coma e morrer, dias depois.

“Essa espera por justiça é revoltante. Mas a gente conta com ela porque é a única forma de aliviar um pouco a dor da minha família”, fala a irmã da vítima.

A assessoria do Comando da Polícia Militar informou que já analisou 1.015 processos e ainda faltam 860. A divulgação dos resultados só será feita depois que todos os inquéritos estiverem concluídos. O prazo termina no dia 30 de setembro.


Fonte: Rede Globo

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