terça-feira, 31 de março de 2009

Dinamite em obra

Está a todo vapor a construção da DF-459. Ontem (30/03/09), duas detonações de rocha abriram caminho para concluir essa etapa da obra, que ligará a QNN 34 (Guariroba) de Ceilândia à QR 601 de Samambaia. Hoje houve novas explosões.

700 kg de dinamite industrial explodiram em dois pontos para corrigir imperfeições da obra na segunda-feira. A primeira explosão abriu espaço para a construção de um canal pluvial. A segunda, deu fim a 200 metros de um paredão de pedra de arenito.

O técnico em mineração Denilton Santos, responsável pela armação e detonação da carga explosiva, disse que as explosões são os últimos retoques na obra. "No ano passado, quando as obras tiveram início, foram utilizadas 15 toneladas de TNT para um quilômetro de via", disse.

Denilton trabalhou na armação do dispositivo desde as 7h, com uma perfuratriz e um compressor, para fazer furos de quatro metros na rocha bruta, onde foram depositadas bananas de dinamite. A partir de uma carta topográfica, o técnico calculou a razão da carga para a quantidade de explosivo necessário para abrir caminho para o asfalto.

Denilton, que é proprietário de uma empresa de perfuração e desmonte de rochas, ligou os detonadores às 17h. Com a bomba armada, ele teve três minutos para sair do local.

Os minutos que antecederam à explosão foi marcado pelos cuidados com a integridade dos transeuntes. Uma ambulância do Corpo de Bombeiros manteve as sirenes ligadas, servindo de alarme e bloqueando a pista para carros. Estiveram presentes na explosão diversos órgãos do GDF. A Defesa Civil ficou responsável pelo isolamento do local, chamado Zona Quente, inclusive alertando qualquer morador próximo para não ficar em casa. A Polícia Civil, epresentada por um agente da Divisão de Armas, Munição e Explosivos (Dame), autorizou verbalmente o acionamento das dinamites.

A chegada do asfalto valoriza as chácaras do Núcleo Rural Taguatinga, entre Ceilândia e Samambaia. A pista corta também a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) JK. O trecho de 5,32 quilômetros cortará uma região que contém sítios arqueológicos pré-históricos e exigirá a construção de duas pontes sobre o Ribeirão Taguatinga, um dos corredores de vida silvestre do DF.

Morador do Setor de Chácaras, vizinho da obra, o lanterneiro Lucivaldo Menezes do Santos, 28 anos, se diz satisfeito com a obra. "Eu ainda tenho que andar até Samambaia para comprar coisas simples como um cartão de orelhão, por exemplo. Quando a pista estiver pronta eu poderei ir direto a Ceilândia. Que fica mais perto de minha casa", disse.


Fonte: ClicaBrasília e Jornal de Brasília de 31/03/09

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