domingo, 1 de junho de 2008

Violência nas escolas

Tráfico e vendas de drogas, brigas de gangues, assaltos, agressão verbal e física. O que parece cena de filme é a realidade que cerca as imediações das escolas de públicas de Ceilândia.

Segundo a diretora da Regional de Ensino de Ceilândia, Ana de Fátima Dias Henrique, isso acaba interferindo diretamente na rotina das escolas e conseqüentemente no rendimento escolar dos alunos.

Muitas vezes causadas por motivos fúteis, a violência em torno das escolas é cada vez mais freqüente nos estabelecimentos de ensino da Ceilândia Sul, Norte e na Guariroba. "Temos percebido que está aumentando a violência em torno das escolas, isso interfere diretamente na parte pedagógica do ensino", acredita. Ela acrescenta que, quando há casos de violência nas escolas, o agressor é visto pelos outros alunos como uma espécie de herói.Isso acaba motivando a prática da violência entre os outros alunos.

Segundo Ana de Fátima, a falta de policiamento é um dos motivadores da violência. Ela chama atenção que a violência é gerada de fora para dentro das escolas, o que ocasiona que os professores e o copo docente acabam sendo reféns da marginalidade produzida do lado de fora das instituições de ensino da Ceilândia. As pichações nos muros de todas as escolas públicas da cidade demonstram claramente o ambiente que a cerca.

O Batalhão Escolar existe, mas não é o suficiente para atender todas as escolas da cidade. O contingente do batalhão da região é de 90 PMs, que atendem as escolas públicas de Ceilândia, Brazlândia e Samambaia. "Esse quantidade de homens não é suficiente para atender nem as escolas de Ceilândia", declara Ana. O policiamento é feito de forma rotativa. Ou seja, os policias vão duas ou três vezes por semana em cada escola.

Violência esta, que chegou a plena luz do dia no Centro de Ensino Fundamental Nº 04 da Ceilândia Sul. Depois de ter a sua escola invadida por três ex-alunos, o professor de História, Valério Mariano, 40 anos, foi gravemente espancado na frente de alunos e funcionários, na última quinta-feira, por aproximadamente oito jovens, dos quais quatro ex-alunos. Segundo informações, o professor já havia sido ameaçado pela gang de jovens. O professor foi atingido com pontapés de socos principalmente na cabeça. O que segundo relatos das pessoas que presenciaram a agressão, demonstrou claramente a intenção de matar. Ontem, depois da agressão ao professor, dois PMs fizeram a vigilância da escola, que não teve aula.

Um dia depois da agressão, folhas nas paredes avisavam: "Desacatar servidor público no exercício de sua função ou razão dela é crime previsto no artigo 331 do código penal, com pena até dois anos de detenção". Mas o aviso não é o suficiente para conter a insegurança nos professores e servidores da instituição.


Fonte: Tribuna do Brasil

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