O governador José Roberto Arruda (DEM) determinou hoje a transferência provisória do gabinete do secretário de Segurança Pública, Cândido Vargas, para Ceilândia, onde pretende intensificar o combate à criminalidade, principalmente nas escolas públicas, onde alunos de 13 anos portam armas e muitos ameaçam até a vida dos professores. “Vamos jogar duro contra o crime na Ceilândia, não é possível que essa situação de desacato à ordem pública continue. Estou determinando que a polícia visite as escolas, sem aviso prévio”, disse o governador, ao lançar hoje o programa Cidade Limpa, em Ceilândia.
Arruda disse, a centenas de trabalhadores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), que dedicará sua agenda, esta semana, à visitação em vários setores da cidade que necessitam de obras e aqueles que quer ver aceleradas as obras já iniciadas. Após lançar o Cidade Limpa, no Sambódraomo da cidade, Arruda se deslocou para a quadra QNR-2, onde uma invasão foi retirada ontem e seus moradores transferidos para uma área do Setor de Expansão do Setor 0. “Vamos limpar esse local e iremos construir, em breve, uma praça para a comunidade”, disse Arruda. O governador determinou ao secretário de Obras, Márcio Machado, que acelere uma série de obras em Ceilândia, dentre elas as de infra-estrutura na QNR-5, e nas comunidades do Pôr-do-Sol e Sol Nascente.
Diversos órgãos estão envolvidos na Operação Cidade Limpa, como o Detran, Novacap e a Agência Nacional de Vigilândia Sanitária (Anvisa). A Novacap destinou 512 homens para as atividades de limpeza, que em 15 dias deverão recolher entulhos em vários pontos da cidade. “Estamos trabalhando para a melhoria da cidade, a maior do Distrito Federal. Assim como não vamos mais admitir a violência nas escolas, também não iremos tolerar que a sujeira tome conta da cidade, assim como faremos em outras cidades do DF, “ disse o governador.
OPINIÃO
E os ceilandenses assistiram hoje ao início de mais um daqueles indefectíveis “mutirões de limpeza”. Desta vez a força-tarefa envolverá 512 homens da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e de outros órgãos do governo. A operação, batizada de “Cidade Limpa”, irá durar 15 dias e não poderia deixar de fora a tradicional operação tapa-buracos e a inevitável (e cafona) pintura dos meios-fios. Ainda bem que não inventaram ainda de pintar de branco os postes e o tronco das árvores, como fazem nos quartéis e em algumas cidades do interior.
Enfim, melhor com os mutirões do que sem eles. O problema é que, passado o frenesi midiático e captadas as cenas para mais uma propaganda do GDF, a cidade fica esquecida à própria sorte e os nossos heróis só aparecem novamente daqui a um ano. Taí um mau costume que vem de governos anteriores, e que o atual deveria esforçar-se por eliminar.
Se o trabalho de limpeza e conservação fosse feito com a regularidade, a eficiência e a seriedade que os cidadãos merecem, como aliás ocorre, por exemplo (nunca é demais repetir), no Lago Sul, essas tais operações engana-tolos não seriam necessárias. E com certeza a população se animaria a colaborar mais, evitando usar os espaços públicos como depósitos de entulho.
A operação tapa-buracos é um capítulo à parte. Demonstração cabal de que as obras viárias no DF são executadas (e aprovadas pelos técnicos) de forma totalmente irresponsável. Obras que em qualquer parte do mundo são feitas para durar vários anos, aqui se esfarelam em poucos meses. Cada buraco que é necessário tapar representa uma bofetada na cara dos contribuintes. São eles, afinal, que pagam a conta.
Fonte: Jornal Coletivo, Ceilândia.com, Tribuna do Brasil e Correio Braziliense
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