Quase 50% das demanda dos atendimentos feitos pelo Conselho Tutelar de Ceilândia são de criança que ficam em casa sozinhas. Muitas mães precisam trabalhar e não tem com quem deixar os filhos. De acordo com o conselho tutelar, o fato ocorre por que as creches existentes na cidade não são suficientes para atender a demanda que existe na sociedade. Ao receber uma um pedido de creche, o Conselho requisita a solicitação para o Centro de Assistência Social. E daí as mães enfrentam uma longa fila à espera vagas nas creches da cidade.
Existem hoje, só em Ceilândia, aproximadamente cinco mil famílias esperando vagas para o atendimento em creche. Existem hoje na cidade, oito creches em funcionamento o que atende aproximadamente 1.280 crianças de quatro meses a seis anos de idade.
E o número de crianças que esperam por uma creche pública na cidade supera as cinco mil. Pois, na maioria das vezes, as mães têm de uma a três crianças em idade de ir para uma creche.
Segundo o conselheiro em exercício, Domingos Francisco de Souza Barboza, a demanda de falta de creches na cidade é antiga. "Essa é uma demanda reprimida, que não vem de agora. As pessoas querem trabalhar, mas não tem com quem deixar os seus filhos", disse o conselheiro.
Ele avalia que a grande procura por creche na cidade, se deve a mudança nos padrões das familiares. Pois a maioria das mulheres que procuram creches para os filhos hoje, são mães solteiras, mulheres que foram abandonadas pelos seus maridos ou mulheres que querem ingressar no mercado de trabalho e não tem com quem deixar os filhos.
Ele lembra que, assegurar e garantir atendimento em escola e a pré-escola às crianças de zero à seis anos é um dever do estado.
O problema de falta de creche pode acarretar em problemas sociais mais graves. Uma vez que crianças que não estão nessas instituições são propícias as estarem nas ruas.
Domingos explica que o problema não é só familiar, e sim da sociedade como um todo. "Responsabilizar as famílias é uma forma errada. O problema que a falta de creche trás é um conjunto maior. Envolve família, comunidade, a sociedade e do poder público que não assegura os direitos da criança e do adolescente.", finaliza.
É comum na cidade, muitas mulheres serem pagas para cuidar dos filhos de outras mulheres em suas casas.
A creche inaugurada da obra na QNN 16 da Guariroba tem capacidade para 380 crianças. De acordo com a administração a obras da creche estavam paradas há 18 anos. A previsão é que a creche comece a funcionar até mês de agosto.
De acordo com a administração da cidade, só na primeira semana de inscrições, aproximadamente 450 mães foram matricular os seus filhos na instituição.
Fonte: Tribuna do Brasil
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