A área é bem localizada: ao lado do Sesc Ceilândia, na QNN 27, e vizinha ao campus da faculdade AD1 em Ceilândia Norte. O imenso terreno, que poderia servir para funcionamento de qualquer estabelecimento comercial, é na verdade uma área abandonada e redutos da marginalização. No local funcionava o Ceilândia Esporte Clube, que foi à falência há aproximadamente 10 anos. Hoje, nas três piscinas que restaram do extinto clube, água de chuva suja, propício para proliferação do mosquito da dengue, muito mato, lixo e entulho.
As pichações nos muros denunciam o abandono. Mas a principal reclamação dos vizinhos do local é a quantidade de marginais que usam o local para fazer uso de drogas. A situação é tão absurda que os usuários de drogas vão lá, em plena luz do dia, para usar entorpecentes. "Sempre tem coisas assustadoras nessa área. Até pessoas mortas já foram encontradas aí dentro", disse um vizinho.
A área que foi recentemente vendida para uma construtora da cidade tem até vigias, mas não inibem a atuação dos marginais. Um dos vigias, que estava na área ontem, disse que não tem como eles evitarem o uso e tráfico de drogas. "Estamos aqui apenas para evitar que a área seja invadida e não para conter os marginais. Não temos o que fazer", esquivou-se um dos vigilantes, que não quis se identificar.
A situação é tão grave, de acordo com informações, que vigias presenciam sempre, e em plena luz do dia, os usuários com drogas. Eles alertam o perigo até mesmo para a equipe de reportagem da Tribuna do Brasil permanecer na área. Mesmo durante o dia. "Não aconselho vocês a entrarem lá. Os marginais não gostam que a gente entre lá. Até mesmo a gente tem medo de entrar naquele lugar", disse um dos vigias, falando de uma sauna que existia no clube.
O ambiente abandonado parece de filme de terror. Cobertores revelam que pessoas usam o local para dormir durante à noite. Muita sujeira, resto de drogas e latas de cerveja e mau cheiro. Duas latas de merla, ainda com resíduos, entregaram que pessoas haviam usado a drogas horas antes no local. Outro vigia, mais corajoso, convidou a equipe para visitar a área à noite. "A noite é que a coisa fica pior. Vocês deveriam vir aqui mais tarde. Só não aconselho a trazer equipamento de filmagem, eles não gostam", alertou.
Paulo dos Reis tem um comércio vizinho ao local. Ele reclama que o abandono atrapalha vizinhança. As piscinas cheias de água parada é, para ele, o descaso da administração. "Ontem mesmo uma moça que estava vindo da faculdade foi assaltada aí em frente. Eles têm que fazer alguma coisa para acabar a situação. Tem muito mosquito, muito bandido, muita gente usando drogas.", desabafou. Ele diz que o desejo é que a área seja regularizada ou até mesmo que alguém tome conta da área.
Procurados, os responsáveis pela MB Engenharia, a nova proprietária da área, não foram encontrados para comentar sobre o assunto.
Fonte: Tribuna do Brasil
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