A artesã Elielza Martins chegou a perder dois empregos, porque não tinha com quem deixar a filha mais velha. Amanda, agora, tem 5 anos e está na escola. Com Ana Luiza, a história se repete, mas ela tem que levar a filha para o trabalho. Há três anos, tenta uma vaga na creche.
"Eu fiz a inscrição para a minha filha quando ela tinha 2 meses, e até hoje ela não foi chamada. Eles dizem: tem 500 na frente, vai ao Conselho Tutelar, em tal lugar, e nunca é resolvido nada", reclama Elielza.
O governo garante escola à todas as crianças em idade para cursar o ensino fundamental, a partir dos 6 anos. Mas poucas estão matriculadas no ensino infantil.
Vinte e cinco mil crianças estão hoje à espera de uma vaga em creches em todo o Distrito Federal. A prioridade acaba sendo das famílias com menor renda. O governo pretende criar ainda este ano mais três mil vagas. Mas reconhece que ainda é pouco.
"O governo do DF está mobilizando não só a Secretaria de Desenvolvimento Social como a Secretaria de Educação, para que possa atender todas as crianças", diz a secretária de Desenvolvimento Social, Eliana Pedrosa.
A promotora, Ana Luísa Rivera, disse que o Congresso Nacional aprovou o orçamento com uma emenda sugerida pelo Ministério Público para a construção de creches, mas ainda não viu a aplicação do dinheiro. Para ela, é preciso mais empenho do governo para atender as crianças.
"Falta entender a educação infantil como um direito da criança, não como um favor, não como um direito da mãe que precisa trabalhar. E falta entender como um dever do Estado, que tem de ser garantida a vaga para as famílias que querem matricular os seus filhos", enfatiza a promotora de Justiça da Defesa da Educação, Ana Luísa Rivera.
A secretária de Desenvolvimento Social disse ainda que vai aumentar em 40% a meta inicial de construção de creches.
Fonte: Rede Globo
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