quinta-feira, 26 de junho de 2008

Motolâncias



A imagem dos carros enfileirados assusta quem precisa correr contra o tempo para salvar vidas. Lauro e José Fernando trabalham numa ambulância do Samu. Todos os dias, nos horários de pico, eles ficam na EPTG. Estão sempre prontos para entrar em ação em caso de acidentes.

A reportagem do Bom Dia DF acompanhou uma simulação. Pelo rádio José Fernando é informado que houve uma colisão entre dois carros, perto do local onde a ambulância está, na entrada de Taguatinga. Ele confirma o atendimento e parte imediatamente.

A dupla demora 11 minutos para atender ao chamado. Parece pouco, mas o motorista diz que poderia ter sido mais rápido, não fosse o trânsito. “Em horário de pico é sempre assim. Com o trânsito fechado a gente não tem como sair. Às vezes o condutor não consegue abrir passagem. Assim, fica difícil atender uma ocorrência. Quando fecha tudo a gente tenta de todo jeito. Quem vai dando a passagem, a gente vai passando. Só não pode forçar muito para não apavorar o condutor”, conta Lauro Gonzaga Júnior.

Além do trânsito parado, no caminho a equipe de socorro também enfrenta os motoristas que não dão passagem para a ambulância. O jeito é desviar. O enfermeiro José Fernando de Jesus lembra que está lidando com vidas e que qualquer segundo pode fazer a diferença. “Hoje, motoristas adolescentes, infelizmente, não abrem espaço pra gente”, reclama.

Para tentar escapar dos congestionamentos e diminuir o tempo de atendimento, a partir de agosto o Samu vai contar com a ajuda de seis motos. Cada uma vai ser equipada com um desfibrilador e equipamentos de primeiros socorros. As motos vão ser conduzidas por enfermeiros, que vão cuidar das vítimas até que a ambulância consiga chegar ao local.

“A idéia das motolâncias é realmente sensacional. Representa um grande avanço, no sentido de diminuir o tempo de resposta”, afirma o gerente de apoio do Samu, Olavo Muller.

De acordo com o secretário de Saúde, Rubens Iglésias, as motolâncias vão proporcionar um atendimento até sete vezes mais rápido que o tradicional. “O Samu é destinado para situações de urgência, quando a resposta precisa ser rápida. O atendimento demorado, por causa do trânsito, pode inviabilizar salvar uma vida. A motolância vai ser decisiva pra isso. As motos vão ser pilotadas por técnicos de enfermagem, de acordo com recomendação do Ministério da Saúde, que vão receber treinamento para que tenham desempenho satisfatório no trânsito”, explica o secretário.


Fonte: Rede Globo

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