domingo, 8 de junho de 2008

Acordo

Após cinco horas de reunião entre donos de empresas de ônibus e rodoviários, intermediada pelo Governo do Distrito Federal, a categoria decidiu não haverá greve. O encontro aconteceu na Residência Oficial do governador José Roberto Arruda, que estava no local acompanhado pelo secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga. A assembléia marcada para este domingo (08/06), no estacionamento do Conic, de acordo com Saul Araújo, presidente do Sindicato dos Rodoviários, deve acatar a proposta do sábado (07/06).

No encontro, o reajuste fechado foi de 3%, mais a reposição de perdas com a inflação de 5,36%, totalizando 8,36%. No entanto, o valor total deve ser de 8,52%. A diferença, é um 'extra' conquistado pelos rodoviários. Esse aumento é retroativo a primeiro de maio e o percentual será aplicado ao tíquete refeição, à cesta básica, à produtividade e à gratificação dos funcionários.

Os empresários concordaram também em reduzir a jornada de trabalho de 6h40 para 6h. Essa mudança será implantada paulatinamente. Serão reduzidos 10 minutos a cada seis meses, a começar no dia primeiro de julho. Foi concedida, ainda, a anistia das multas tomadas pelos motoristas nos mecanismos de fiscalização eletrônica instalados nos semáforos, mas somente as que ainda se encontram em aberto. As horas não trabalhadas referentes à paralisação da segunda-feira (02/06) serão abonadas. A validade dos pontos negociados será de dois anos, e não um, como costuma acontecer. A definição evita a renegociação em 2009.

O GDF se comprometeu a ceder 300 lotes para os rodoviários inscritos no programa habitacional do governo. "Foi uma vitória da categoria. O governo teve uma parte importante porque demonstrou vontade", disse Saul Araújo, do representante dos rodoviários. O presidente do sindicato patronal, Wagner Canhedo, não falou à imprensa sobre o acordo.

O diretor financeiro do Sindicato dos Rodoviários, João Osório, disse que a técnica utilizada para convencer Canhedo de aceitar a proposta foi a ameaça de greve. "Bastou mexer no bolso dele", afirmou. Para Arruda, o acordo foi justo para todos. "As propostas foram aprovadas pelo sindicato e, o que é melhor, sem aumento de passagem", comentou o governador.



A categoria reivindicava, entre outros benefícios, aumento de 20% nos salários e a redução da carga de trabalho de 6h40 para 6h diárias. O Ministério Público do Trabalho apresentou havia apresentado proposta para impedir a greve com reajuste salarial de 6%, que não foi aceita. O presidente do Sindicato Patronal, Wagner Canhedo afirmava constantemente ser impossível conceder o aumento de salário sem que a tarifa, não reajustada há dois anos, suba.

As partes divergiam também quanto à lucratividade do setor. Para os funcionários houve um acréscimo de 30% na receita desde a retirada das vans do transporte alternativo das ruas. Já os empresários argumentam que só seria possível conceder aumento de salário se a tarifa subisse.


Fonte: Correio Braziliense e Clica Brasília

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