Na sala de aula, em vez de alunos, diretores de todas as escolas públicas de Ceilândia. Nessa quarta-feira (11), policiais militares orientaram os professores a como agir em casos de violência e garantiram: os colégios são lugares seguros.
“É claro que fora da escola pode acontecer. Acontece roubo a pedestre, furtos. Mas são fatos isolados. Dentro da escola eu posso garantir que está tranqüilo”, disse o delegado Adval Cardoso de Matos.
“Existem alguns casos de violência pontuais, chatos, graves, constrangedores. Mas estamos falando de uma maneira geral e, nós da policia, percebemos que está tudo sob controle”, acrescentou o secretário de Segurança, coronel Oliveira Ramos.
Pelas contas do governo, das 84 escolas de Ceilândia cinco são consideradas inseguras. É o caso do Centro Educacional Nº 7, na QNN 13. As aulas de educação física são dadas em quadras que ficam numa área externa e os estudantes contam que é comum encontrar usuários de drogas no local.
“Já vi meninos usando cocaína e maconha, num canto da quadra. Eles até me chamaram, mas eu não fui”, revela um aluno. “A gente finge que não vê porque tem medo que aconteça alguma coisa com os estudantes”, admite outra aluna.
As estatísticas do governo são contestadas pelo diretor do Sindicato dos Professores, Antônio Lisboa: “O problema não acontece só em cinco escolas de Ceilândia, nem acontece só em Ceilândia. Acontece em todo o Distrito Federal. Muitas vezes, a violência não é denunciada porque as pessoas têm medo de denunciar ou entendem que essa questão, da violência no ambiente escolar, tem que ir além da repressão”.
A falta de segurança nas escolas ficou evidente no último dia 29, quando o professor Valério Mariano foi espancado por um ex-aluno. A diretora da regional admite que muitos professores não registram ocorrência policial e que se essa prática for estimulada, os problemas devem aparecer mais nas estatísticas.
“Está faltando orientação e está faltando o desejo do professor de entrar em contato com autoridades competentes”, diz a diretora da Regional de Ensino de Ceilândia, Ana de Fátima Dias Henriques.
Os encontros dos policiais militares com os diretores de escolas públicas vão se repetir em outras cidades do DF, até o fim do ano.
Fonte: Rede Globo
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