sábado, 7 de junho de 2008

Biblioteca referência

Sem uma placa de identificação no local, quem não conhece a Biblioteca de Ceilândia não consegue saber que no prédio branco com fachada azul abriga um grande acervo cultural. A Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade foi inaugurada 1993, e desde 1998 funciona no Centro Cultural de Ceilândia, na QNN 13. A instituição funciona graças ao convênio de cooperação entre a Administração Regional de Ceilândia, a Secretaria de Educação e a Secretaria Cultura do GDF.

O trabalho desenvolvido na instituição é uma verdadeira lição de cidadania. Na biblioteca o lema é "é dando que se recebe". Desde as primeiras caixas, até as primeiras estantes compradas para instituição, a professora Márcia Magalhães Baião da Cunha trabalha na Biblioteca. Segundo ela, as doações são muitas. Livros velhos, novos e sem condições de uso são doados pela comunidade. Hoje, a biblioteca que tem um acervo de 61 mil - entre livros e periódicos. Desses, 90% foram doados pela comunidade. Só de uma doação recebida na semana passada, a biblioteca ganhou três mil livros novos.

As professoras que cuidam da seleção dos livros recebidos tem de ter o cuidado com conteúdo. Muitos livros estão em boa conservação, mas o conteúdo está desatualizado. Os livros que não tem como ser doados ou utilizados são vendidos para uma cooperativa de reciclagem. O dinheiro da venda é revertido na compra de novos títulos solicitados pelos leitores.

Aproximadamente 250 pessoas vão diariamente ao local estudar ou fazer empréstimos. Na sua maioria, alunos do ensino médio que querem prestar vestibulares e jovens que querem passar em concurso público. "É gratificante trabalhar aqui. O melhor é quando as pessoas que estudaram voltam dizendo que passaram em um concurso ou no vestibular, ou alguma dona de casa pede orientação de um livro e volta falando que gostou da leitura", alegra-se Márcia.

Segundo a professora Jaqueline Afonso Soares, que trabalha na biblioteca há 10 anos, as obras do metrô mudaram o publico da instituição. "Antes percebíamos mais a presença de jovens de ensino fundamental", disse. A inauguração da estação do Metrô trouxe expectativa para funcionárias da biblioteca. Segundo Jaqueline, depois de inaugurada a estação, muitas pessoas que não conheciam a unidade foram ao local. Até mesmo estudantes de escolas de Samambaia e Taguatinga procuram a biblioteca pela facilidade do acesso.

Na opinião de Jaqueline, com o advento da internet, o público da biblioteca reduziu. Mas para ela a internet não é a única culpada. "A internet pode ser uma aliada do livro, para um complemento da pesquisa. Não podemos colocar a culpa só na internet. Isso é muito relativo", pondera. Mesmo com a facilidade da internet, Jaqueline explica que em época de avaliação escolar, os alunos ainda recorrem ao silêncio da boa biblioteca para os estudos.

Um dos únicos problemas é com a (falta de) consciência de alguns usuários. Muitos que fazem empréstimo não devolvem o livro para a biblioteca. Jaqueline diz que todos os meses é feito um levantamento do acervo para saber o que está faltando quando é constatado o extravio e furto de obras. Por isso, as doações são sempre necessárias. Quem quiser fazer doações de livros tem de entrar em contato com a biblioteca pelo telefone: 3901 1360. O local funciona de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 22h. Nos sábados, das 7h30 às 12h30.




Nos meses de janeiro, fevereiro e junho, a biblioteca recebe um número maior de doações. Segundo as professoras, é pelo fato de coincidir com as mudanças de períodos em faculdade e nas unidades de ensino em geral.


Fonte: Tribuna do Brasil

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