Violência na escola é assunto sério. E os alunos sabem disso. “Uma vez eu estava indo para a escola, quando um moleque colocou uma arma na minha cara”, conta um estudante.
“Não adianta ter o policiamento do lado de fora, a carteirinha pra entrar e o uniforme, se não tiver uma conscientização sobre a segurança”, diz a estudante Vanusa Araujo Leite.
Em dois anos e meio, foram 70 ocorrências policiais por causa da violência dentro das escolas. Há dez dias, professores protestaram em Ceilândia, em frente à escola onde um professor foi agredido. Valério Mariano foi espancado por um ex-aluno dentro e fora da escola. Há três semanas, uma outra professora foi agredida em Taguatinga. No Itapoã, seis professores foram assaltados na porta da escola.
Na tarde desta segunda-feira (16), a violência foi debate no Centro de Ensino Médio Nº 3, em Ceilândia. A deputada Érika Kokay (PT) e Paulo Tadeu, que propuseram a audiência pública, defende mais policiamento nas escolas.
“É preciso reforçar o Batalhão Escolar para tirar essa sensação de medo. É preciso fazer educação de qualidade, sem nenhum tipo de violência. É também é necessário se fazer uma inserção da escola dentro da comunidade”, defende a distrital.
Para o comandante do Batalhão Escolar, tenente-coronel Garcia, polícia na porta não resolve. “Muitas vezes são os pequenos conflitos ou as questões interpessoais ou incivilidades que precisam de um encaminhamento muito mais da questão do trato do ambiente escolar, do que propriamente de uma ação policial”, afirma o comandante.
Para a socióloga do Ministério da Educação, Danielly Queiroz, é preciso aproximar a escola da comunidade. Um desafio difícil, mas eficaz. “A questão da disciplina dos estudantes. É preciso pensar na questão da valorização dos professores. E podemos fazer mudanças a partir de já, para que a escola comece a mudar aos poucos. Educação e cultura são processos que não acontecem de uma hora pra outra”, enfatiza.
A idéia é criar fóruns de combate à violência, continuar a discussão nas escolas e encaminhar as sugestões ao Ministério Público e à Secretaria de Educação.
Fonte: Rede Globo
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