Com o objetivo de ressaltar a importância do uso das histórias em quadrinhos na educação e suas diferentes possibilidades pedagógicas, Mauro César Bandeira de Oliveira, aluno de graduação do curso de artes plásticas da Universidade de Brasília (UnB), elaborou seu trabalho de conclusão de curso.
O projeto do universitário propõe a discussão acerca do desenvolvimento da disciplina de criação em arte seqüencial através da história em quadrinhos com tiras, charges, cartoons e vinhetas no currículo dos estudantes de nível médio das escolas do país e dos cursos de graduação em artes visuais, design e comunicação nas universidades do Brasil.
Mauro César Bandeira de Oliveira conta que escolheu este tema para a monografia por amor aos quadrinhos e pela importância da inclusão deles no conteúdo programático dos currículos escolares como metodologia didática para ensinar outras disciplinas. “Acredito que, assim como eu, as crianças e jovens gostariam de aprender mais sobre técnicas de como produzir suas próprias histórias em quadrinhos”, afirma o universitário. “Os quadrinhos têm grande importância para a formação em todos os níveis do ensino”, reforça.
O graduando não entende por que os quadrinhos ainda não foram incluídos no conteúdo programático dos currículos escolares como metodologia didática para ensinar outras disciplinas, a exemplo da língua portuguesa, matemática e geografia. “Crianças e jovens têm o hábito da leitura de histórias em quadrinhos e este interesse é pouco aproveitado pela escola”, acredita. “A arte seqüencial ainda não está presente na sala de aula como uma linguagem que ajuda a integrar os conteúdos curriculares com a cultura, a linguagem e o interesse das crianças”, reforça.
Nas escolas de nível médio e superior do país há uma grande demanda por cursos e disciplinas em criação de artes seqüenciais que venham a promover a formação de quadrinhistas, cartunistas, e chargistas para abastecer uma crescente demanda por profissionais nessa área. “Nenhuma dessas áreas é suprida de acordo com um mercado de trabalho potencial e com as enormes possibilidades de formação de criadores em arte seqüencial em nosso país”, afirma o graduando.
As histórias em quadrinhos são muito apreciadas pelo público, mas a linguagem da arte seqüencial não é reconhecida nos cursos superiores de artes, comunicação ou design. “Os quadrinhos são excluídos das disciplinas obrigatórias ou optativas que se dedicam à formação de habilidades na criação e produção em arte seqüencial”, afirma o graduando. “Quando muito se observam iniciativas isoladas no currículo acadêmico ou em projetos de extensão e mesmo assim com um enfoque teórico”, diz.
Vale lembrar que a Oficina de Quadrinhos que funciona na Biblioteca Pública de Ceilândia vai encerrar as atividades de 2008 com uma festa de despedida. Para maiores informações, visite o campo "Se Liga!" do blog 100% Ceilândia.
Fonte: Jornal da Comunidade de 08/11/08
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