quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Promotoras legais populares

A promotora legal Magnólia Gomes visita uma casa simples, em Ceilândia, pelo menos três vezes por semana. A rotina já dura um ano e meio. A aposentada recolhe doações em dinheiro e entrega à família de Eliana. A luz e a água foram cortadas por falta de pagamento.

“Falta comida, água, luz. Falta medicamento, saúde. Na verdade, todo mundo precisa ter saúde”, afirma.

Magnólia é uma das pioneiras do projeto. Faz parte da primeira turma de promotoras legais populares, formada em 2005. Hoje, são mais de 200 em todo o Distrito Federal. Mulheres que ensinam noções de direito e cidadania a outras mulheres.

A intenção é amparar quem precisa de apoio, principalmente, as mulheres agredidas. Números da Organização Mundial de Saúde mostram que uma em cada seis mulheres sofre violência doméstica no mundo e 60% desses casos envolvem maridos ou companheiros. No Brasil, uma mulher é espancada a cada 15 segundos. No Distrito Federal, a Casa Abrigo recebe, em média, de dez a 60 mulheres todos os meses.

Uma das responsáveis pelo projeto, a advogada Carolina Tokarski, diz que é preciso explicar de forma simples que ameaças e agressões são crimes. Por isso, devem ser denunciadas.

“Essas mulheres, muitas vezes, já são lideranças comunitárias. Elas atuam nas igrejas, na escola, no bairro onde moram ou são presidentes de sindicatos. Nesses lugares elas vão ser multiplicadoras da cidadania. Conversar, dar palestras e explicar para outras mulheres que a agressão não é normal. É uma forma de violência que precisa ser combatida”.

“O que a gente deve fazer é mostrar para a pessoa que ela é cidadã, que ela tem direitos e que eles são para todos”, aponta Magnólia.




As inscrições para o curso de promotora legal começam em fevereiro. O telefone para contato é o 3343-9998.


Fonte: Rede Globo

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