segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Espera e demora

Aos 87 anos, a aposentada Elizabete Nunes de Oliveira sonha em recuperar a visão. Ela precisa de uma cirurgia de catarata e há quase dois anos espera na fila para ser operada. Dia a dia, a dificuldade para enxergar aumenta e dona Beta, como é chamada, vê cada vez mais distante a perspectiva de retomar as atividades de costura e bordado. “Não é só porque estou velha que preciso sentar e esperar a morte. Quero fazer a cirurgia e voltar a enxergar direito”, conta a moradora de Ceilândia.

Assim como Elizabete, cerca de 15 mil brasilienses esperam na fila por uma cirurgia eletiva — em que não há urgência. São pessoas com problemas ortopédicos, pedras na vesícula, doenças oftalmológicas, cálculos renais ou que precisam de cirurgias plásticas. Em comum, todas convivem com a incerteza e enfrentam idas e vindas aos hospitais e laboratórios. Pelejam para fazer exames, que vencem enquanto os pacientes aguardam a chance de entrar no centro operatório.

Os hospitais da rede pública do DF realizam, em média, 1,7 mil cirurgias eletivas por mês. Seria preciso dobrar o número de procedimentos durante quase nove meses para acabar com a fila. Mas, além das eletivas, os médicos têm de fazer cerca de 1,4 mil operações de emergência por mês, o que frusta os pacientes com data marcada para serem operados.



Veja a matéria na íntegra clicando no link da fonte.


Fonte: Correio Braziliense

Nenhum comentário: