Uma denúncia feita à Ouvidoria da Câmara Legislativa apontou que o Centro Nacional de Capacitação Profissional (Cenacap) em Ceilândia (QNM 29, s/n módulo I) teria corpos humanos sem documentação. Nesta manhã, a CPI dos Cemitérios, formada pelos deputados Rogério Ulysses (PSB), Érika Kokay (PT) e Reguffe (PDT), visitou as dependências da escola para averiguar se a denúncia era verdadeira e quais seriam os procedimentos da CPI que investiga as irregularidades nos cemitérios de Brasília.
No local foram encontrados um corpo e as vísceras de três outros cadáveres todos sem documentação. “O que encontramos aqui foi um conjunto de irregularidades”, afirmou o presidente da CPI dos Cemitérios, Rogério Ulysses (PSB). Mais adiante, no mesmo terreno, a comissão encontrou uma clínica de tanatopraxia, técnica que os corpos humanos recebem tratamento para conservação post-mortem, por meio de injeção de formol e outras químicas. “Não foi possível a nossa entrada na clínica, porém pudemos ver através da janela que o corpo de uma criança estava sendo aberto”, alertou o deputado.
De acordo com a coordenadora do Cenacap, Ângela Ribeiro, o local, onde antes funcionava o Hospital São Luiz, possui toda a documentação. “Os papéis referentes aos corpos e ao contrato de locação estão na matriz, na Asa Sul”, explicou acerca da ausência dos documentos. Depois da visita, os parlamentares foram à 15ª Delegacia de Polícia em Ceilândia registrar a ocorrência para a abertura de inquérito. Segundo Ângela, as vísceras encontradas em conservação seriam do corpo que também está em uma caixa com formol. O que chamou a atenção dos parlamentares é que se identificava com facilidade órgãos repetidos, como três corações, vários fígados e rins. Segundo Reguffe (PDT), há indícios de tráfico de órgãos.
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Correio Web/Tv Brasília
Fonte: Jornal Coletivo, Correio Braziliense, Rede Globo, DF Record, Band Cidade e Jornal Local de 04/06/08
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