terça-feira, 23 de junho de 2009

Médicos rejeitam os cargos

Em vez da ambulância, um ônibus. Um passageiro passou mal e foi levado direto para a emergência do Hospital Regional de Ceilândia. Mas nem todos que chegam recebem atendimento imediato.

“Eu estou aqui desde 13h. Já vai dar 17h e estão chamando fichas das 11h”, conta a diarista Tânia Maria Gonçalves.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o Distrito Federal tem 4,2 mil médicos. Mesmo assim, no Hospital de Ceilândia a reportagem do Bom Dia DF encontrou o seguinte aviso: “Há falta de clínicos gerais”. Uma situação que se repete em vários hospitais afastados do Plano Piloto.

No Hospital Regional de Taguatinga, a situação na emergência é ainda pior. “A gente veio de Ceilândia porque não tinha médico e chega aqui e também não tem. Lugar nenhum atende. É um descaso”, reclama a manicure Ionete Costa Silva.

“Não tem algodao para enrolar o gesso. Temos que sair e comprar fora. Não tem médico, não tem nada”, comenta o aposentado Manoel Rodrigues Alves.

Em dezembro do ano passado, o GDF convocou 80 novos clínicos para toda a rede, mas só 16 assumiram. Quatro pediram demissão antes de três meses de trabalho. A situação dos pediatras é pior: 262 foram convocados, mas apenas 150 assumiram.

Para o Sindicato dos Médicos, salários baixos, falta de condições de trabalho e hospitais distantes de Brasília desanimam os concursados. “Quando eles sabem que vão ser lotados para trabalhar na periferia, em condições extremamente insalubres, com serviço muito pesado, quantidade de pacientes absurda para atender e em um lugar longe do seu domicílio, optam por não assumir”, justifica a diretora de imprensa do Sindicato dos Médicos, Daniela Graziano.

Enquanto isso, a população luta por atendimento. Nem que, para isso, seja necessário desmaiar dentro do hospital.



Fonte: Rede Globo

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