terça-feira, 9 de setembro de 2008

Madeireira incomoda

Madeireira na EQNP 12/16 no Setor P Sul em Ceilândia incomoda vizinhança. O mau cheiro vindo das madeiras e a poeira misturada com areia que entra nas casas e nas lojas vizinhas é motivo de reclamação para quem vive perto do local. Segundo os moradores, a madeireira está no local há aproximadamente 20 anos e sempre gerou reclamações. "O problema não é exatamente o estabelecimento, mas o depósito em que são armazenados os tijolos, a areia e a brita", reclamou um morador.

Durante todo o dia, uma pá mecânica e caminhões que fazem carga e descarga se movimentam no local, levantando uma imensa nuvem de pó. Os moradores disseram que um abaixo-assinado já foi feito e encaminhado à Administração Regional de Ceilândia, solicitando que a empresa mude o depósito do local. Contudo, o órgão nunca se posicionou.

O Centro de Orientação Sócio Educacional (Cose), instalado nos fundos da área é um dos locais que mais sofre com o depósito. O Coordenador do Cose, Josildo Soares, disse que as crianças são as maiores vítimas, pois utilizam o local para a prática de atividades durante todo o dia. O Centro atende aproximadamente 200 jovens, entre crianças e adolescentes, e, segundo o coordenador, fica impossível abrir as janelas das salas onde eles ficam. A areia que entra para o Cose é tanta que, mesmo em época de calor, as janelas têm que permanecer fechadas. O local só tem dois ventiladores, e não é suficiente para arejar as salas. "Às vezes temos 70 alunos no espaço, mas não podemos abrir as portas por causa da areia que vem da madeireira", lamentou o coordenador.

A cozinha do Cose também fica nos fundos do depósito. Para evitar que a terra entre nos alimentos, quem trabalha no local quase morre de calor, já que não é possível deixar nada aberto. Com a falta de chuva, a situação é pior ainda. "Brasília já é seca por natureza, com a areia, o problema se agrava. Essa poeira constante prejudica a saúde das crianças", finalizou.

Um outro comerciante, que não quis ser identificado, alertou, por ocupar uma área pública: o depósito acaba isolando o comércio do outro lado da quadra. O espaço toma conta de toda área reservada para a circulação das pessoas. "Esse problema sempre existiu. Mas somos comerciantes ‘pequenos’, é impossível brigar com os 'grandes'", finalizou o morador.

Procurado, o proprietário da madeireira não quis se pronunciar sobre o assunto. Mas adiantou que já está tomando as providências junto a administração da cidade para mudar o local do depósito.
Questionado, o administrador regional Leonardo Moraes informou que verificará a situação da madeireira. Ele adiantou que, ainda ontem, encaminhou um memorando à Agência de Fiscalização (Agefis), para averiguar se o depósito está irregular ou não.

Como só recebeu o documento no fim do dia, os fiscais da Agefiz terão que analisar a situação para saber quais providências serão tomadas, caso o depósito da madeireira esteja, de fato, em situação irregular. A expectativa da população é que o problema seja resolvido o quanto antes, pois não agüentam mais as tempestades de areia que, atreladas a baixa umidade, deixam a cidade ainda mais desértica.


Fonte: Tribuna do Brasil

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