O momento que era para ser de felicidade se tornou um tormento para Noemi Stefani Felix, 18 anos. A jovem está no oitavo mês de gravidez e às 11 horas de ontem foi para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) sentindo contrações. Por volta das 16 horas resolveu ir para o Plano Piloto em busca de algum hospital que a atendesse.
O motivo que a fez desistir de ter o bebê no HRC foi a precariedade no atendimento. Noemi não foi internada por falta de cama, por isso de hora em hora passava pelo exame do toque, necessário para saber a dilatação. Segundo ela, todas as vezes o médico disse que ainda não estava dilatado o suficiente e a mandava dar uma volta pelo hospital. "É muito constrangimento, estou sentindo dores e não posso ficar deitada numa cama como qualquer mulher prestes a ter um filho. As pessoas não respeitam esse momento que só deveria me trazer felicidade", afirmou a moça, enquanto sentia contrações e esperava pela avó da criança que a levaria ao Plano Piloto.
Esse foi um dos casos de pacientes que estavam no hospital ontem, esperando atendimento. O centro médico estava lotado e diversas pessoas que chegaram de manhã só foram atendidas ao final da tarde. A equipe da Tribuna do Brasil presenciou a revolta e o cansaço de algumas. Muitas passaram mal durante a espera e quando funcionários do hospital anunciavam que pessoas seriam chamadas, o tumulto aumentava. As maiores reclamações foram quanto à ortopedia, clínica geral e pediatria.
"Aqui, o paciente morre na fila", desabafou a dona-de-casa Maria José dos Santos, 39 anos, que chegou ao hospital às 9h30 para que a filha de sete meses fosse atendida. Até às 17 horas Maria José continuava aguardando na sala de espera que estava quente e abafada. "Minha filha está resfriada e fica agitada com tanta gente, só agora consegui acalmá-la". Assim como Maria José, outros pais aguardavam atendimento, mas como a sala de espera não acomodava todos, muitos esperavam em pé, fora do hospital. Nesse local uma criança com catapora aguardava atendimento exposta ao vento. "Esse menino não poderia estar levando vento", reclamaram alguns pais, mas nenhuma providência foi tomada.
Além da lotação, pacientes reclamaram do atendimento dos funcionários do hospital. Segundo eles, toda vez que uma reclamação era feita, os atendentes debochavam. "Eles disseram que se não fomos atendidos de manhã, à tarde é que não seríamos mesmo", denunciou a operadora de caixa Lídia Pereira, 26 anos. Ela aguardava atendimento na clínica geral desde as 8 horas e contou que a ironia com a qual era tratada piorava a situação. Segundo Lídia, até as 16 horas apenas cinco pessoas haviam entrado no consultório. "Não sei se faltam médicos ou se eles não atendem. É muita humilhação com as pessoas que precisam de ajuda. Estamos todos aqui sem almoçar, esperando a boa vontade dos médicos. E se a culpa não for deles, que o governo tome providências, pois pagamos impostos para, no mínimo, termos hospitais decentes", reclamou.
Enquanto a população da Ceilândia aguardava atendimento médico, toda a diretoria do hospital estava em reunião com a Secretaria de Saúde. Essa informação foi dada por funcionários que garantiram não haver mais ninguém no centro médico que pudesse se pronunciar.
Fonte: Tribuna do Brasil
O motivo que a fez desistir de ter o bebê no HRC foi a precariedade no atendimento. Noemi não foi internada por falta de cama, por isso de hora em hora passava pelo exame do toque, necessário para saber a dilatação. Segundo ela, todas as vezes o médico disse que ainda não estava dilatado o suficiente e a mandava dar uma volta pelo hospital. "É muito constrangimento, estou sentindo dores e não posso ficar deitada numa cama como qualquer mulher prestes a ter um filho. As pessoas não respeitam esse momento que só deveria me trazer felicidade", afirmou a moça, enquanto sentia contrações e esperava pela avó da criança que a levaria ao Plano Piloto.
Esse foi um dos casos de pacientes que estavam no hospital ontem, esperando atendimento. O centro médico estava lotado e diversas pessoas que chegaram de manhã só foram atendidas ao final da tarde. A equipe da Tribuna do Brasil presenciou a revolta e o cansaço de algumas. Muitas passaram mal durante a espera e quando funcionários do hospital anunciavam que pessoas seriam chamadas, o tumulto aumentava. As maiores reclamações foram quanto à ortopedia, clínica geral e pediatria.
"Aqui, o paciente morre na fila", desabafou a dona-de-casa Maria José dos Santos, 39 anos, que chegou ao hospital às 9h30 para que a filha de sete meses fosse atendida. Até às 17 horas Maria José continuava aguardando na sala de espera que estava quente e abafada. "Minha filha está resfriada e fica agitada com tanta gente, só agora consegui acalmá-la". Assim como Maria José, outros pais aguardavam atendimento, mas como a sala de espera não acomodava todos, muitos esperavam em pé, fora do hospital. Nesse local uma criança com catapora aguardava atendimento exposta ao vento. "Esse menino não poderia estar levando vento", reclamaram alguns pais, mas nenhuma providência foi tomada.
Além da lotação, pacientes reclamaram do atendimento dos funcionários do hospital. Segundo eles, toda vez que uma reclamação era feita, os atendentes debochavam. "Eles disseram que se não fomos atendidos de manhã, à tarde é que não seríamos mesmo", denunciou a operadora de caixa Lídia Pereira, 26 anos. Ela aguardava atendimento na clínica geral desde as 8 horas e contou que a ironia com a qual era tratada piorava a situação. Segundo Lídia, até as 16 horas apenas cinco pessoas haviam entrado no consultório. "Não sei se faltam médicos ou se eles não atendem. É muita humilhação com as pessoas que precisam de ajuda. Estamos todos aqui sem almoçar, esperando a boa vontade dos médicos. E se a culpa não for deles, que o governo tome providências, pois pagamos impostos para, no mínimo, termos hospitais decentes", reclamou.
Enquanto a população da Ceilândia aguardava atendimento médico, toda a diretoria do hospital estava em reunião com a Secretaria de Saúde. Essa informação foi dada por funcionários que garantiram não haver mais ninguém no centro médico que pudesse se pronunciar.
Fonte: Tribuna do Brasil
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