Ainda há honestidade e brio no mundo. E não creio que seja artigo tão raro assim. Pois vejam o que aconteceu com o Joelson, infografista do Correio. Ele perdeu a carteira com os documentos pessoais e cartões de débito e crédito. Correu para bloquear os cartões. Já tinha perdido boa parte do dia, da noite de sono e do bom humor, quando foi à banca de revista a caminho do trabalho, hábito diário.
— O senhor esqueceu sua carteira aqui ontem. Não sabia como avisá-lo. Fiquei esperando que senhor voltasse, disse-lhe o dono da banca. — Veja se está tudo em ordem.
Não sem constrangimento, Joelson conferiu a carteira. Tudo no lugar. Fosse um homem menos contido, Joelson teria abraçado e beijado o jornaleiro, mas sua timidez o impediu de gestos mais debragados.
Agradeceu, saiu, foi ao caixa eletrônico e voltou para gratificar o jornaleiro.
— De jeito nenhum…, era minha obrigação.
— Por favor, aceite, é de coração.
— De modo algum, repetiu o dono da banca.
Joelson insistiu até que o jornaleiro contraiu os músculos do rosto, como quem diz: "O senhor está me ofendendo…". Joelson desistiu.
Ao saber dessa história, o Lafetá contou a sua. A bolsa da mulher dele, Vânia, foi roubada. O casal já estava dando os telefonemas de praxe, quando um morador de Ceilândia ligou para dizer que tinha encontrado a bolsa e nela um número de telefone.
Lafetá foi ao encontro do homem. Pegou a bolsa e conferiu os pertences da mulher — com o mesmo constragimento de Joelson. Mas antes de ir para Ceilândia, Lafetá armou-se de uma quantia em dinheiro.
— Eu me disse que tinha de gratificar aquele homem, mas não com qualquer trocado. Tinha de ser um valor que doesse no meu orçamento.
Lafetá queria presentear o homem com um salário mínimo, mas o cidadão ceilandense não aceitou de jeito nenhum. Lafetá insistiu, mas o senhorzinho continuou firme:
— Não fiz isso por dinheiro. Fiz o que gostaria que fizessem comigo numa situação dessa.
O jeito foi agradecer penhoradamente e se despedir do benfeitor.
Mas antes de sair, Lafetá deixou o dinheiro sobre um móvel, sem que os moradores percebessem.
Pouco tempo depois, recebeu o telefonema da mulher do morador. Ela chorava, agradecia e dizia que eles estavam passando necessidade, que o marido era muito sistemático, mas que aquele dinheiro vinha em muito boa hora.
Fonte: Blog Correio Braziliense
— O senhor esqueceu sua carteira aqui ontem. Não sabia como avisá-lo. Fiquei esperando que senhor voltasse, disse-lhe o dono da banca. — Veja se está tudo em ordem.
Não sem constrangimento, Joelson conferiu a carteira. Tudo no lugar. Fosse um homem menos contido, Joelson teria abraçado e beijado o jornaleiro, mas sua timidez o impediu de gestos mais debragados.
Agradeceu, saiu, foi ao caixa eletrônico e voltou para gratificar o jornaleiro.
— De jeito nenhum…, era minha obrigação.
— Por favor, aceite, é de coração.
— De modo algum, repetiu o dono da banca.
Joelson insistiu até que o jornaleiro contraiu os músculos do rosto, como quem diz: "O senhor está me ofendendo…". Joelson desistiu.
Ao saber dessa história, o Lafetá contou a sua. A bolsa da mulher dele, Vânia, foi roubada. O casal já estava dando os telefonemas de praxe, quando um morador de Ceilândia ligou para dizer que tinha encontrado a bolsa e nela um número de telefone.
Lafetá foi ao encontro do homem. Pegou a bolsa e conferiu os pertences da mulher — com o mesmo constragimento de Joelson. Mas antes de ir para Ceilândia, Lafetá armou-se de uma quantia em dinheiro.
— Eu me disse que tinha de gratificar aquele homem, mas não com qualquer trocado. Tinha de ser um valor que doesse no meu orçamento.
Lafetá queria presentear o homem com um salário mínimo, mas o cidadão ceilandense não aceitou de jeito nenhum. Lafetá insistiu, mas o senhorzinho continuou firme:
— Não fiz isso por dinheiro. Fiz o que gostaria que fizessem comigo numa situação dessa.
O jeito foi agradecer penhoradamente e se despedir do benfeitor.
Mas antes de sair, Lafetá deixou o dinheiro sobre um móvel, sem que os moradores percebessem.
Pouco tempo depois, recebeu o telefonema da mulher do morador. Ela chorava, agradecia e dizia que eles estavam passando necessidade, que o marido era muito sistemático, mas que aquele dinheiro vinha em muito boa hora.
Fonte: Blog Correio Braziliense
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