sábado, 4 de outubro de 2008

Gambiarras, gambiarras

Um levantamento feito pela Companhia Energética de Brasília (CEB) indicou que, atualmente, existem 22.300 ligações clandestinas de energia em todo o Distrito Federal, os famosos gatos, que por ano dão um prejuízo de mais de R$ 14 milhões para a estatal, o que equivale, segundo a Aneel, a 281.564,92 megawatt por hora (MWh) furtados. De acordo com a CEB, 12% de toda a energia elétrica do Distrito Federal é perdida, seja por fraude, problemas técnicos ou ligações clandestinas. Os locais onde mais ocorrem gambiarras são: Ceilândia, Planaltina, Santa Maria, Sobradinho II e São Sebastião.

O prejuízo com as ligações clandestinas chega a R$ 1,2 milhões por mês. “E é arcado pela companhia”, comenta Marcus Fontana, superintendente de comercialização da CEB. Mas, como a CEB é uma empresa pública as ligações clandestinas afetam aos consumidores. “Pago caro para ter energia em casa, fico indignado em saber que algumas pessoas fazem uso da energia e não pagam nada, acredito que uma das causas das tarifas serem tão caras é por causa dessa situação”, disse um deles, mas não é que vive o problema com o roubo de energia elétrica já que o país perde, por ano, 19.564 GWh por ano, o que representa R$ 7,1 bilhões. As distribuidoras que mais perdem através das gambiarras são a Light e Ampla do Rio de Janeiro e a Cemig de Minas Gerais.

As menos prejudicadas pelas ligações clandestinas é a Nacional, Caiuá e Vale Paranapanema todas de São Paulo. A CEB alerta que a instalação das gambiarras é uma operação de risco. Só este ano, o Corpo de Bombeiros atendeu a 28 casos de choque elétrico. “A pessoa que está fazendo um gato, sem o conhecimento da empresa, sem uma qualificação adequada, corre o risco de sofrer um acidente grave ou até morrer. A utilização da energia sem o conhecimento da empresa é considerado um crime”, enfatiza Fontana.

No DF, o local onde a maior desvio de energia elétrica é no Sol Nascente. “Não tem mais como evitar isso, agora vamos legalizar quem está ilegal”, explicou Fontana, completando que o GDF vai investir, ainda este ano, R$ 4,5 milhões na rede elétrica daquele condomínio, beneficiando 70 mil moradores, e outros R$ 1,5 milhão no Pôr-do-Sol, o que vai levar luz a 30 mil pessoas.

O que diz o Código Penal
O artigo 155, parágrafo terceiro, estabelece: É crime subtrair para si ou outros coisa alheia à móvel. Equipara-se à coisa móvel energia elétrica. Nesse caso, aplica-se pena de reclusão de um a quatro anos e multa. (valor calculado de acordo com as circunstâncias do crime).


Fonte: Jornal Coletivo

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