quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ketleyn na jogada

Primeira brasileira a conquistar medalha olímpica em esporte individual, atleta candanga é favorita na categoria leve no Grand Slam do Rio


História, Ketleyn Quadros já fez. Foi há um ano, em Pequim. Ela conquistou a medalha de bronze na competição de judô, categoria leve, e tornou-se a primeira brasileira a “medalhar” num torneio olímpico de esporte individual desde sempre. Agora, aos 21 anos, ela vem treinando em Belo Horizonte, onde vive há mais de três anos, e diz contar com a torcida para conquistar o primeiro Grand Slam organizado no Brasil — acontecerá sábado e domingo, no Maracanãzinho, Rio. “A torcida lá sempre faz uma festa bonita”, diz.

No dojô do Minas Tênis Clube, Ketleyn diz que vem usando judocas homens como sparrings para ganhar força e velocidade no seoi-nage — golpe em que o atleta levanta o oponente pela gola do quimono, o leva às próprias costas e o arremessa com explosão. É uma técnica de braço, que depende da força dos bíceps e do tríceps para funcionar perfeitamente.

A judoca brasiliense criada em Ceilândia também se dedica à parte tática da luta. “A conquista da medalha em Pequim aumentou muito minha responsabilidade em representar bem o Brasil em qualquer competição. Aproveito o período de concentração para ver vídeos dos meus adversários e estudá-los com meu treinador. Como a categoria é por peso, são sempre os mesmos atletas que se enfrentam. Trabalho para me aperfeiçoar cada vez mais”, disse ao Correio, por telefone, direto da concentração.

Assim como observa os pontos fortes dos rivais, Ketleyn é por eles observada. Amiga pessoal e companheira de treino do também brasiliense Luciano Correa, campeão mundial meio pesado, ela vem sendo aconselhada por ele sobre como fazer variações de luta. Correa é um dos judocas mais visados da atualidade. Medalha de ouro no Mundial do Rio, em 2007, ele foi muito estudado pelos oponentes. Com os principais golpes marcados, acabou eliminado nas preliminares nos Jogos de Pequim. Desde então, acrescentou muitas variações táticas à luta e vem conseguindo bons resultados no circuito internacional.

Ketleyn conheceu o judô ainda pequena, no Sesi de Ceilândia. Estimulada pela mãe, que fazia questão de ver a pequena praticando algum esporte, a futura campeã foi matriculada na natação. Para surpresa de todos, ela desviava o caminho rumo à piscina para assistir às aulas de judô. “Ela até queria fazer os dois, mas eu não tinha condições de pagar duas mensalidades e achava que ela poderia ficar muito cansada. Ela optou pelo judô e segue com ele até hoje”, revela a mãe, a cabeleireira Rosimeire Oliveira Lima.



Fonte: Correio Braziliense

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