segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sem raticida

A professora de 43 anos acordou e decidiu colocar roupas sujas na máquina de lavar antes de sair para o trabalho. Juntou as peças em uma bacia e as levou para a área de serviço, onde fica o eletrodoméstico. Dias antes, ela tinha visto um rato rondando a casa. Jogou veneno nas possíveis tocas do animal na tentativa de matá-lo. Achou que tinha tido obtido sucesso até a manhã daquela quarta-feira. Ao abrir a tampa da máquina e colocar a mão dentro, porém, sentiu uma ardência no dedo indicador. O rato estava escondido no local e a mordeu.

O fato descrito acima aconteceu há 12 dias, mas a moradora da Ceilândia não é a única brasiliense obrigada a conviver com ratos dentro de casa. O estoque de raticida da Secretaria de Saúde do DF está baixo e os agentes de vigilância têm tido dificuldade para desratizar casas invadidas por roedores. O Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambiental e dos Agentes Comunitários de Saúde do DF (Sindvacs) denuncia que o trabalho não é feito no DF há seis meses. A Secretaria de Saúde garante que ainda há veneno no estoque, mas reconhece que o produto está chegando ao fim e que “os atendimentos caíram nos últimos meses”.

Os agentes só aplicam o veneno em casos de emergência, como o da professora. Depois de ser mordida, a mulher, que pediu para não ser identificada, correu para o posto de saúde. Por sorte, foi apenas um susto e ela não desenvolveu qualquer sintoma de doença. Um dia depois, técnicos da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) estiveram na casa dela e colocaram raticida nas redondezas. “É a minha vizinha que junta lixo no quintal. Já tinha visto ratos por aqui antes e cheguei a dedetizar minha casa. O pior é que eu tenho pavor de rato, mais do que de qualquer outro bicho”, conta a professora.

O presidente do Sindvacs, Wanderman Valério Martins, afirma que, enquanto a secretaria age apenas em casos urgentes, as ratazanas se espalham por todo o DF. Diariamente, o sindicato recebe reclamações de diferentes cidades. Gama e Ceilândia lideram as queixas. “A falta do veneno é uma falha do corpo técnico da Dival. Todo ano, o DF sofre com os ratos em junho e julho. Eles sabem disso, deveriam ter providenciado a compra de mais raticida”, acusa.

O chefe do Núcleo de Animais Sinantrópicos da Secretaria de Saúde, William Wagner de Melo, responsável pelo controle dos ratos, admitiu que há pouco raticida no estoque (cerca de 30 quilos apenas). E contou que, por isso, os técnicos mudaram a forma de trabalhar. No lugar de só jogar o veneno, eles têm priorizado orientar a população sobre a limpeza do ambiente, fundamental para manter roedores afastados. “Buscamos hoje eliminar os criadouros, fazendo um trabalho de prevenção. Se o rato não tiver alimento, sai do local. Mas se a gente só bater o remédio e não providenciar a limpeza, dali há dois meses eles voltarão”, explica.



Dicas:

- Não deixe restos de comida no lixo mal acondicionado ou no chão próximo à moradia

- Coloque os alimentos em recipientes de vidro, lata ou plástico resistente com tampa

- Acondicione o lixo corretamente em sacos plásticos fechados e em recipientes tampados

- Caso a coleta do serviço de limpeza urbana não seja diária, mantenha o lixo em jardineiras suspensas com altura de 1,5m

- Elimine abrigos ao tapar com cimento buracos e vãos na edificação e nas caixas de inspeção de esgoto, retirando entulhos e material em desuso

- Elimine a sobra de rações dos vasilhames usados por animais de estimação, que deve ser recolhida ao entardecer. As vasilhas precisam ser limpas diariamente


Ligue para 3341-1900 que uma equipe da Secretaria de Saúde vai verificar o problema.



Fonte: Correio Braziliense e Rede Record

Nenhum comentário: