Antes de ensaiar os primeiros golpes de caratê, Carolina Pereira Barbosa, 9 anos, já lutava para sobreviver aos perigos das ruas de Santa Maria. Carismática e meiga, assim mesmo ela foi abandonada pelos pais biológicos ainda muita nova. A vida cercada de incertezas de quem faz das ruas a própria casa durou até o início deste ano para ela, quando uma professora da Escola Classe 15 de Ceilândia resolveu adotá-la em definitivo. Antes, Carolina frequentou a casa de outra família em Santa Maria, que acabou desistindo de obter sua guarda e a devolveu novamente para as ruas.
Sensibilizada com a situação da criança, a professora Maria do Amparo Patriarca Rodrigues, 42, tirou Carolina do relento e levou-a para sua casa em Ceilândia. Na mesma cidade, matriculou-a no colégio onde dá aulas para crianças de faixa etária entre quatro e 12 anos. O destino de Carolina começou a mudar a partir daí. A aluna da terceira série do ensino fundamental afirma que gosta de estudar e adora as aulas de caratê ministradas gratuitamente pelo proprietário de uma academia em Ceilândia. “Eu quero competir, disputar uma olimpíada e ganhar medalha de ouro para o Brasil”, diz convicta Carol, como é chamada pelos coleguinhas de turma.
É justamente esse tipo de sonho que o precursor do projeto batizado com seu nome — Manoel Dojô — tem despertado em crianças de famílias de baixa renda. Ele ensina a modalidade para 600 crianças matriculadas em escolas públicas da Regional de Ensino de Ceilândia. O critério para praticar o esporte é simples: basta frequentar as aulas das outras disciplinas.
As lições ocorrem em horários opostos ao das aulas dos alunos. Quem estuda pela manhã treina à tarde e vice-versa. O aprendizado é improvisado em pátios de sete colégios públicos conveniados. Em vez do tatame, os alunos treinam no chão gelado. Apesar da precariedade das “academias”, o esporte tem transformado os discípulos não só no colégio, mas em casa e na vizinhança. É o que ocorreu com Rafael Santos de Souza, 12. O aluno da quarta série do ensino fundamental era disperso. “Ele melhorou muito o comportamento depois que passou a frequentar as aulas do professor Dojô aqui na escola”, avalia o diretor da Escola Classe 15, Ricardo Koziel.
Além das competições, Rafael pretende usar os golpes que aprendeu em outra atividade: a policial. “Eu quero combater os bandidos”, explica. A determinação veio do exemplo de outros coleguinhas que tiveram menos sorte que ele. Ao falar disso, o menino de personalidade forte fecha o semblante. “Eu já vi bandidos dando droga para meus amigos esconderem. Depois, eles foram presos”, recorda.
Quem puder ajudar com contribuições para os alunos do professor Manoel Dojô pode ligar para a academia dele: 3376-8292. O espaço fica na QNN 24, Conjunto J, Lote 55, na Guariroba.
Fonte: Correio Braziliense
Sensibilizada com a situação da criança, a professora Maria do Amparo Patriarca Rodrigues, 42, tirou Carolina do relento e levou-a para sua casa em Ceilândia. Na mesma cidade, matriculou-a no colégio onde dá aulas para crianças de faixa etária entre quatro e 12 anos. O destino de Carolina começou a mudar a partir daí. A aluna da terceira série do ensino fundamental afirma que gosta de estudar e adora as aulas de caratê ministradas gratuitamente pelo proprietário de uma academia em Ceilândia. “Eu quero competir, disputar uma olimpíada e ganhar medalha de ouro para o Brasil”, diz convicta Carol, como é chamada pelos coleguinhas de turma.
É justamente esse tipo de sonho que o precursor do projeto batizado com seu nome — Manoel Dojô — tem despertado em crianças de famílias de baixa renda. Ele ensina a modalidade para 600 crianças matriculadas em escolas públicas da Regional de Ensino de Ceilândia. O critério para praticar o esporte é simples: basta frequentar as aulas das outras disciplinas.
As lições ocorrem em horários opostos ao das aulas dos alunos. Quem estuda pela manhã treina à tarde e vice-versa. O aprendizado é improvisado em pátios de sete colégios públicos conveniados. Em vez do tatame, os alunos treinam no chão gelado. Apesar da precariedade das “academias”, o esporte tem transformado os discípulos não só no colégio, mas em casa e na vizinhança. É o que ocorreu com Rafael Santos de Souza, 12. O aluno da quarta série do ensino fundamental era disperso. “Ele melhorou muito o comportamento depois que passou a frequentar as aulas do professor Dojô aqui na escola”, avalia o diretor da Escola Classe 15, Ricardo Koziel.
Além das competições, Rafael pretende usar os golpes que aprendeu em outra atividade: a policial. “Eu quero combater os bandidos”, explica. A determinação veio do exemplo de outros coleguinhas que tiveram menos sorte que ele. Ao falar disso, o menino de personalidade forte fecha o semblante. “Eu já vi bandidos dando droga para meus amigos esconderem. Depois, eles foram presos”, recorda.
Quem puder ajudar com contribuições para os alunos do professor Manoel Dojô pode ligar para a academia dele: 3376-8292. O espaço fica na QNN 24, Conjunto J, Lote 55, na Guariroba.
Fonte: Correio Braziliense
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