quarta-feira, 22 de julho de 2009

Aparelho contra fraudes

A CEB tem um prejuízo mensal de quase R$ 15 milhões com o furto de energia elétrica de grandes e pequenos consumidores. E decidiu reagir. Um aparelho instalado nos medidores vai denunciar na central da companhia a existência de qualquer tipo de fraude. Por enquanto só dos grandes consumidores. Mas só por enquanto.

É uma confusão a céu aberto. Os moradores furtam energia dos postes públicos. Ligações clandestinas que garantem a iluminação em boa parte das casas no Sol Nascente, em Ceilândia.

“Aqui nessa cidade não tem energia. Aí a gente vai viver no escuro?”, fala o porteiro Cícero Antônio Portela. As chamadas gambiarras estão em quase todas as ruas da invasão. A CEB estima que hoje existam mais de 20 mil ligações ilegais em todo o Distrito Federal. “Na minha casa também é gambiarra porque não tem saída”, diz a moradora Maria Fernanda.

As gambiarras, os consumidores que manipulam os medidores e os desperdícios de energia, causam grande prejuízo. A CEB estima em quase R$ 15 milhões, por mês. Furtar energia é crime previsto no Código Penal. Quem comete a ilegalidade pode ficar até quatro anos na prisão.

Para descobrir quem são essas pessoas, empresas e diminuir o prejuízo que tem, a CEB começou a monitorar os grandes consumidores. Para isso a companhia conta a tecnologia. O mais novo dedo-duro da CEB é um aparelho, na verdade uma unidade remota com um chip de celular dentro. O equipamento fica instalado ao lado do medidor de energia. Em contado direto com a central, instalado na sala da CEB, acompanha todo o consumo. Os técnicos recebem informações em tempo real. Com o monitoramento é possível identificar, por exemplo, fraudes e defeitos nos equipamentos de medição.

Por enquanto, 1,4 mil grandes clientes estão sendo monitorados. Eles são responsáveis de quase 30% de todo o consumo da CEB. “Um pequeno erro na medição desses grandes consumidores, uma pequena fraude corresponde a um consumo de energia e prejuízos muito alto. Muito mais do que um consumidor pequeno, que tem um consumo de R$ 30 por mês, por exemplo, e que o prejuízo seria menor”, explica o engenheiro da CEB, Luis Carlos Rusky.

A CEB já estuda um monitoramento para os pequenos consumidores. E vai aumentar a fiscalização dos grandes: serão 5 mil até o fim do ano que vem.



Fonte: Rede Globo

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