O título de campeã mundial de jiu-jitsu, conquistado há menos de 15 dias, custou caro a Darlane da Silva Barbosa, 24 anos. A lutadora de Ceilândia resistiu a dores insuportáveis durante quatro lutas para subir ao pódio e receber sua medalha de ouro. Depois de três meses treinando com afinco para o Campeonato Mundial da CBJJE (Confederação Brasileira de Jiu-jitsu Esportivo), a brasiliense encavalou duas costelas flutuantes do lado esquerdo, logo na primeira luta. Entre desistir e continuar na busca do primeiro grande título, ela decidiu encarar a dor e resistir. “Travei uma batalha interior. Chorei muito, quase desmaiei na final, mas me concentrei e lutei. Tinha me preparado e não podia desistir. Seria injusto comigo”, explica.
Do inferno das dores, Darlane foi ao céu esportivo no mesmo dia. Numa chave com 15 lutadoras, já na primeira luta, na categoria feminino leve adulto (garotas com até 64kg), ela começou a sentir dores agudas, parecidas com cãibras. Mas não se entregou. “Quando abri o quimono, vi que minha costela estava mais alta e procurei a equipe médica. A enfermeira disse que duas costelas estavam encavaladas (sobrepostas). Eu respirei fundo e mesmo com muita dor e sabendo dos riscos que corria (de poder quebrar a costela e perfurar o pulmão), lutei”, lembra.
Impossibilitada, por conta da dor, de fazer sua principal finalização, a arm-lock (chave de braço), Darlane teve que mudar de estratégia e partir para um plano B. Com a ajuda do técnico, Cláudio Careca, a lutadora decidiu vencer as adversárias pelo cansaço. Como nesse esporte cada queda vale dois pontos, ela tentava derrubar a oponente logo no início e manter o placar até o fim da luta. “O jiu-jitsu exige mais inteligência que força”, resume.
Já na final, Darlane pôs a adversária, a paulista Jéssica Duran, no chão. Ganhou os dois pontos e despejou lágrimas e suor no tatame durante os seis minutos de luta. “Ela me estrangulou. Quase desmaiei, mas consegui respirar e virar o jogo. Eu chorei muito e quando olhei em volta, o árbitro, os juizes, gente na arquibancada, todo mundo estava chorando. Pensei em desistir, mas quando vi o Cláudio me pedindo para aguentar porque só faltava um minuto para terminar, respirei fundo e resisti”, recorda.
A brasiliense, que nunca perdeu uma luta em casa, acredita que ter treinado só com homens a tenha tornado mais forte e resistente. “Se bobear, sou mais bruta do que eles”, brinca. A base de antiflamatório e analgésico, a professora de educação física do Sesc da Ceilândia não consegue ficar parada. Mesmo afastada dos treinos por um mês, ela se divide entre as aulas de natação, hidroginástica e musculação. “Ainda não consigo dormir direito. Dói muito. Mas não posso parar. Meu maior remédio é olhar para a medalha e ver que tudo valeu a pena.”
Em outubro (25 e 26), a atleta participará do Pan-americano de Jiu-jitsu em Salvador-BA.
Fonte: Correio Braziliense
Do inferno das dores, Darlane foi ao céu esportivo no mesmo dia. Numa chave com 15 lutadoras, já na primeira luta, na categoria feminino leve adulto (garotas com até 64kg), ela começou a sentir dores agudas, parecidas com cãibras. Mas não se entregou. “Quando abri o quimono, vi que minha costela estava mais alta e procurei a equipe médica. A enfermeira disse que duas costelas estavam encavaladas (sobrepostas). Eu respirei fundo e mesmo com muita dor e sabendo dos riscos que corria (de poder quebrar a costela e perfurar o pulmão), lutei”, lembra.
Impossibilitada, por conta da dor, de fazer sua principal finalização, a arm-lock (chave de braço), Darlane teve que mudar de estratégia e partir para um plano B. Com a ajuda do técnico, Cláudio Careca, a lutadora decidiu vencer as adversárias pelo cansaço. Como nesse esporte cada queda vale dois pontos, ela tentava derrubar a oponente logo no início e manter o placar até o fim da luta. “O jiu-jitsu exige mais inteligência que força”, resume.
Já na final, Darlane pôs a adversária, a paulista Jéssica Duran, no chão. Ganhou os dois pontos e despejou lágrimas e suor no tatame durante os seis minutos de luta. “Ela me estrangulou. Quase desmaiei, mas consegui respirar e virar o jogo. Eu chorei muito e quando olhei em volta, o árbitro, os juizes, gente na arquibancada, todo mundo estava chorando. Pensei em desistir, mas quando vi o Cláudio me pedindo para aguentar porque só faltava um minuto para terminar, respirei fundo e resisti”, recorda.
A brasiliense, que nunca perdeu uma luta em casa, acredita que ter treinado só com homens a tenha tornado mais forte e resistente. “Se bobear, sou mais bruta do que eles”, brinca. A base de antiflamatório e analgésico, a professora de educação física do Sesc da Ceilândia não consegue ficar parada. Mesmo afastada dos treinos por um mês, ela se divide entre as aulas de natação, hidroginástica e musculação. “Ainda não consigo dormir direito. Dói muito. Mas não posso parar. Meu maior remédio é olhar para a medalha e ver que tudo valeu a pena.”
Em outubro (25 e 26), a atleta participará do Pan-americano de Jiu-jitsu em Salvador-BA.
Fonte: Correio Braziliense
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