terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sem opções de diversão

Opção de cultura e lazer ainda é um problema em Ceilândia. Com 37 anos de existência, a região possui poucas alternativas de diversão para seus habitantes, que geralmente precisam se deslocar até cidades vizinhas.

Segundo o gerente de Esporte, Lazer, Cultura e Educação da Administração Regional de Ceilândia, João Cléber Fernandes, uma das únicas opções culturais da comunidade atualmente é o Sesc Ceilândia. "A instituição acaba de comemorar um ano e atende entre quatro e cinco mil pessoas a cada fim de semana. Também é nossa parceira em eventos culturais promovidos pela administração e pela própria comunidade".

As obras para construção do único cinema de Ceilândia foram anunciadas há exatamente um ano, no lançamento do edital de licitação para a construção do projeto. Entretanto, nada saiu do papel. De acordo com a própria Administração, faltam recursos para o início das obras, pois nenhuma empresa se candidatou à construção, que é uma Parceria Público-Privada (PPP). O terreno de cinco mil metros quadrados, localizado na QNM 11, atrás do Shopping Popular, foi doado pelo GDF e desde então permanece vazio.

"Não temos recursos para a realização do cinema, que depende da iniciativa privada para sair do papel. O governo concedeu o terreno e estamos aguardando a finalização do projeto e a parceria com alguma empresa privada para iniciarmos a construção. Por enquanto não há previsão para o início das obras.", explicou João Cléber.

Com uma população de quase 600 mil habitantes, Ceilândia não possui uma sala de cinema há quase 20 anos, desde que o Cine Itamaraty, onde atualmente funciona o Restaurante Comunitário, e o Cine Regente fecharam as portas.

A estudante Júlia de Queirós, de 12 anos, sente falta de alternativas culturais na cidade. "Sempre que quero sair, preciso me deslocar da cidade, pois Ceilândia não possui nenhum local de lazer. O cinema mais próximo fica em Taguatinga, não temos como nos divertir por aqui", desabafou.

Para ter acesso aos últimos lançamentos do cinema, a população da maior cidade do DF deve recorrer às redes de cinema da cidade vizinha, Taguatinga, ou mesmo ao Plano Piloto. Esporadicamente, a cidade também recebe festivais e eventos culturais que aproximam a população do mundo cinematográfico, como o Festival de Cinema no Metrô. O evento, que é uma realização do 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, encerra hoje e esteve desde o dia 19 de novembro nas estações Central, 108 Sul, Taguatinga e da própria Ceilândia, sempre às 18h30, com a exibição em DVD dos dez curtas mais significativos na história do Festival.

A construção do primeiro shopping center da cidade também está nos planos de expansão da região. Porém, a questão tem levantado problemas, já que o empreendimento seria construído em uma área limite entre Ceilândia e Taguatinga, o que direcionaria todos os impostos ali gerados para a Administração Regional de Taguatinga.




Só mesmo em Ceilândia para se fazer um cinema sem o seu respectivo "shopping center". Isto lembra bastante os tempos antigos. O 100% Ceilândia já relatou a mesma situação outra vez no blog.

Fonte: Tribuna do Brasil de 25/11/08

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